ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA
SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 13-11-2013.
Aos treze dias do mês de
novembro do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias
Villela, Lourdes Sprenger, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulinho
Motorista, Paulo Brum, Pedro Ruas e Sofia Cavedon. Constatada a existência de
quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Alceu
Brasinha, Any Ortiz, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Elizandro
Sabino, Engº Comassetto, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, João Derly, Luiza
Neves, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Nereu D'Avila, Professor Garcia,
Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. A seguir,
foi apregoado o Ofício nº 1370/13, do senhor Prefeito, encaminhando Veto
Parcial ao Projeto de Lei do Legislativo nº 109/13 (Processo nº 1198/13). Do
EXPEDIENTE, constou Comunicado do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
do Ministério da Educação, emitido no dia dezesseis de outubro do corrente.
Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Septuagésima Oitava,
Septuagésima Nona, Octogésima, Octogésima Primeira, Octogésima Segunda e Octogésima
Terceira Sessões Ordinárias. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os
vereadores Mauro Pinheiro e Engº Comassetto. Na ocasião, foi apregoado
Requerimento de autoria da vereadora Jussara Cony, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde do dia onze ao dia treze de novembro do corrente. Também,
nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o senhor Presidente
concedeu TEMPO ESPECIAL à vereadora Luiza Neves, que relatou sua participação,
em Representação Externa deste Legislativo, no dia dezessete de outubro do
corrente, no XII Congresso Estadual das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos
do Rio Grande do Sul – CONSAÚDE 2013 –, realizado no Município de Gramado – RS.
Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Mario
Fraga, solicitando alteração na ordem dos trabalhos. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
065/05, 285, 298, 304, 308, 317, 323 e 325/13, estes dois discutidos pelo
vereador Reginaldo Pujol, o Projeto de Lei do Executivo nº 042/13, os Projetos
de Resolução nos 037, 046, 041/13, este discutido pelo vereador
Professor Garcia, e 049/13, discutido pelo vereador Idenir Cecchim; em 2ª
Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 002/13, discutido pela vereadora
Sofia Cavedon e pelos vereadores Professor Garcia e Idenir Cecchim, os Projetos
de Lei Complementar do Legislativo nos 030, 031, 036 e 037/13, o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 014/13, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 175/12, 252, 259, 271, 279, 299, 312, 319, 329, 339,
297 e 311/13, estes dois discutidos pelo vereador Reginaldo Pujol, e 328/13,
discutido pelo vereador Professor Garcia, os Projetos de Lei do Executivo nos
037 e 040/13, este discutido pelo vereador Reginaldo Pujol. Também, o vereador
Alceu Brasinha pronunciou-se durante o período de Pauta. Após, foi apregoado o
Memorando nº 040/13, de autoria do vereador Márcio Bins Ely, deferido pelo
senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo, do dia seis ao dia treze de novembro do corrente, em reunião do
Conselho da Internacional Socialista, em Istambul, Turquia. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Alceu Brasinha, Clàudio Janta e Nereu
D'Avila. Às quinze horas e trinta e quatro minutos, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi
rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 164/12 (Processo nº 1960/12),
considerando-se mantido o Veto Total oposto, por treze votos SIM e treze votos
NÃO, após ser discutido pelos vereadores Sofia Cavedon, Professor Garcia,
Idenir Cecchim, Alceu Brasinha, Waldir Canal, Marcelo Sgarbossa, Engº
Comassetto, Bernardino Vendruscolo, Séfora Mota, Reginaldo Pujol, Clàudio Janta
e Delegado Cleiton e encaminhado à votação pelos vereadores Tarciso Flecha
Negra, Idenir Cecchim, Airto Ferronato, Mauro Pinheiro, Clàudio Janta, Sofia
Cavedon, Engº Comassetto, Idenir Cecchim, Reginaldo Pujol e Fernanda
Melchionna, tendo votado Sim os vereadores Bernardino Vendruscolo, Clàudio
Janta, Delegado Cleiton, este com Declaração de Voto, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, João Derly, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro,
Paulo Brum, Séfora Mota, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra e Não os
vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Cassio Trogildo, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Luiza Neves, Mario Fraga, Mônica
Leal, Nereu D'Avila, Professor Garcia, Reginaldo Pujol e Waldir Canal. Durante a
apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 164/12, os vereadores Pedro
Ruas, Lourdes Sprenger, Guilherme Socias Villela, João Derly, Mauro Pinheiro e
João Carlos Nedel cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos
vereadores Sofia Cavedon, Idenir Cecchim, Alceu Brasinha, Séfora Mota, Clàudio
Janta e Delegado Cleiton.
Após, foi apregoado o Memorando nº 030/13, de autoria do vereador Valter
Nagelstein, deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo, hoje, na cerimônia de entrega das
chaves da Unidade Móvel do Procon Municipal, às quinze horas, em Porto Alegre. A seguir, foi
apregoada a Subemenda nº 01, de autoria do vereador Clàudio Janta, Líder da
Bancada do SDD, à Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº
062/13 (Processo nº 0360/13) e foi aprovado Requerimento de autoria desse
vereador, solicitando que essa Subemenda fosse dispensada do envio para
apreciação de Comissões Permanentes.
Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº
062/13 (Processo nº 0360/13), após ser discutido pelos vereadores Paulinho
Motorista, Mario Fraga, Delegado Cleiton e Clàudio Janta e pela vereadora
Fernanda Melchionna. Na oportunidade, os trabalhos estiveram suspensos das
dezoito horas e treze minutos às dezoito horas e dezoito minutos. Foi aprovada
a Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 062/13. Foi rejeitada
a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº
062/13, por oito votos SIM e dez votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo
vereador Clàudio Janta, tendo votado Sim os vereadores Clàudio Janta, Delegado
Cleiton, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Lourdes Sprenger, Marcelo
Sgarbossa, Professor Garcia e Séfora Mota e Não os vereadores Airto Ferronato,
Cassio Trogildo, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, João Derly, Mario Fraga,
Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Foi
rejeitada a Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 062/13, por
três votos SIM e quinze votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo vereador
Professor Garcia, tendo votado Sim os vereadores Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna e Marcelo Sgarbossa e Não os vereadores Airto Ferronato, Cassio
Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel,
João Derly, Lourdes Sprenger, Mario Fraga, Paulinho Motorista, Professor
Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Foi
aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 062/13. Em Votação, foram aprovados
os Requerimentos nos 176 e 108/13 (Processos nos 2793 e
1778/13, respectivamente). Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado
pelo vereador João Derly, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante da Ordem do Dia. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº
188/13 (Processo nº 3085/13). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Resolução nº 025/13 (Processo nº 2335/13). Em Discussão Geral e
Votação, foi votado o Projeto de Lei do Legislativo nº 066/11 (Processo nº
1934/11), o qual obteve treze votos SIM e dois votos NÃO, em votação nominal
solicitada pela vereadora Lourdes Sprenger, tendo votado Sim os vereadores
Airto Ferronato, Any Ortiz, Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, Idenir Cecchim,
João Carlos Nedel, João Derly, Mario Fraga, Mônica Leal, Paulinho Motorista,
Professor Garcia, Séfora Mota e Waldir Canal e Não as vereadoras Fernanda
Melchionna e Lourdes Sprenger, votação essa declarada nula pela senhora
Presidenta, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezoito horas e
trinta e sete minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, a senhora
Presidenta declarou encerrada a Ordem do Dia. Após, foi apregoado o Memorando
nº 049/13, de autoria do vereador Delegado Cleiton, solicitando autorização
para representar externamente este Legislativo, amanhã, em audiência na
Prefeitura Municipal de Encruzilhada do Sul – RS. Durante a Sessão, os
vereadores Pedro Ruas, João Derly, Sofia Cavedon, Reginaldo Pujol, Delegado
Cleiton, Airto Ferronato e Marcelo Sgarbossa manifestaram-se acerca de assuntos
diversos. Também, foi registrada a presença, neste Plenário, do senhor Carlos
Eurico, da Federação Gaúcha de Judô. Às dezoito horas e quarenta minutos, a senhora
Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores
para a Sessão Ordinária de amanhã,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Dr. Thiago,
Bernardino Vendruscolo, Waldir Canal, Sofia Cavedon e João Carlos Nedel e
secretariados pelo vereador João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º
Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras; público que nos
assiste, primeiro quero dizer que hoje fiquei bastante preocupado, mais do que
já estava, Ver. Villela. No início deste ano, Ver.ª Lourdes, eu falei desta
tribuna, numa das inúmeras vezes que subi aqui, para falar sobre a Procempa,
que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre tinha várias bombas que foram
armadas a partir de 2005, e que elas, este ano, começaram a explodir. E houve
pequenas bombas que explodiram na nossa Cidade, na SMOV, na SPM; o Conduto
Forçado, que explodiu, que não é uma Secretaria, mas que faz parte de um
contexto, e a Procempa, que começou a explodir. E eu subi a esta tribuna, Ver.ª
Sofia, e falei que a Procempa não era uma bomba que seria somente Procempa, que
ela estaria além dos muros da Procempa, que várias Secretarias estavam
envolvidas.
Nesta manhã, na Comissão Parlamentar de Inquérito,
nós tivemos duas pessoas. Uma delas, uma supervisora de licitações, funcionária
do quadro da Procempa há mais de 20 anos e que foi bastante esclarecedora. São
três pontos importantes que ela tocou durante seu depoimento, inclusive numa
pergunta que se originou da Ver.ª Fernanda. Primeiro ponto: nós tivemos, na
semana passada, o ex-chefe de gabinete do Prefeito José Fortunati, José Mauro,
que caiu justamente por causa da CPI, que recebeu R$ 32 mil na sua conta
particular, dizendo que era para tratamento odontológico, além dos roupões para
festas-surpresa de casais. E ele disse que recebeu para um tratamento que foi
feito e contou toda uma história, e hoje a Sra. Clarisse Costa nos falou que
todas essas pessoas que receberam, Ver. Mario Fraga, pessoas que receberam dinheiro direto nas suas contas, isso foi de
forma irregular, porque não é isso que está previsto no contrato.
Então, todas aquelas
pessoas que receberam o dinheiro nas suas contas – e o senhor conhece alguns,
que foram candidatos, que receberam – isso foi de forma irregular. Isso foi
dito por uma funcionária do quadro de carreira de mais vinte anos na Procempa,
não foi este Vereador de oposição que falou. Então, vamos averiguar todos
aqueles que receberam de forma irregular e fora do contrato.
Segundo, eu já fiz
aqui, inclusive, uma representação, no Ministério Público, em que o Secretário
Urbano Schmitt tem troca de e-mails
em que foi feito um livro em uma gráfica e nós tínhamos a suspeita e a tese de
que esse livro foi feito e, depois, foi feito o processo licitatório. A Sra.
Clarice afirmou que isso era corriqueiro na Procempa, Ver. Pedro Ruas! As
Secretarias executavam, e, depois, era feito o arredondamento, através de um
processo licitatório fraudulento! E isso era de forma corriqueira, foi dito por
essa funcionária do quadro! Isso é muito grave! E eram várias secretarias,
segundo ela.
E um terceiro, que eu
julgo mais grave ainda: o Centro Integrado de Comando. Segundo essa
supervisora, o Centro Integrado de Comando, o grupo de licitações, a equipe de
licitações da Procempa, recebeu o seguinte comando da direção da Procempa: “O
Centro Integrado de Comando tem que ficar pronto em dois meses, porque ele tem
fins eleitoreiros e políticos; tem que ser inaugurado, tem que ser usado na
campanha política”. Dessa forma, foram cometidas todas as faltas que poderiam
ser cometidas, porque as pessoas tinham medo de perder os seus empregos se
assim não o fizessem. Segundo a Sra. Clarice, quando mostrei várias notas de
uma empresa, ela disse: “Essas notas não passaram pela licitação”.
Assim como a AMG foi
paga com notas fiscais sem nenhum processo licitatório, há grandes suspeitas, a
partir de hoje, de que o Centro Integrado foi construído a qualquer custo, de
forma a cumprir uma agenda política. E quem está dizendo isso não é este
Vereador de oposição, são palavras de uma pessoa que trabalha há mais de vinte
anos que é do quadro de funcionários da empresa Procempa, uma pessoa que veio
aqui e falou o que realmente acontecia. Fico muito preocupado, e podem ter
certeza de que continuaremos o nosso trabalho sério de investigação, e hoje me
senti na obrigação de esclarecer aos Vereadores para que todos tenham
conhecimento do que está acontecendo na CPI. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Apregoo Requerimento, de autoria da Ver.ª Jussara
Cony, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no período de 11 a 13 de
novembro de 2013.
A Ver.ª Luiza Neves está com a palavra em Tempo
Especial.
A SRA. LUIZA
NEVES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público presente nas
galerias e da TVCâmara. Eu gostaria de registrar que estive representando esta
Câmara de Vereadores no dia 17 de outubro na cidade de Gramado, quando ocorreu
o XII Congresso Estadual de Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Rio
Grande do Sul – Comsaúde 2013. Lá estiveram presentes o Ministro da Saúde, o
Secretário Estadual da Saúde, diversas autoridades do nosso Estado e vários
deputados. Nesse encontro, muito importante, foi realizada uma homenagem de
reconhecimento pela força nacional do SUS, pelo exemplar e competente trabalho desenvolvido
durante o lamentável sinistro da Boate Kiss em Santa Maria, quando tivemos a
oportunidade de conhecer o presidente da Associação de Familiares de Vítimas e
Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, o Sr. Aderbal Alves Ferreira. Lá
podemos ouvi-lo e assistimos a um vídeo que mostrava como era a cidade de Santa
Maria antes da tragédia. Era uma cidade alegre, jovem, uma cidade
universitária, uma cidade cheia de esperança, cheia de perspectiva de vida, e,
com a tragédia daquele incêndio da Boate Kiss, daquela noite trágica, até hoje
o barulho de sirene, de ambulância, de bombeiros ainda causa dor, causa trauma
naqueles familiares e naquela comunidade. Lá nós vimos esse vídeo da
associação, e o presidente da associação, Sr. Aderbal, disse que facilmente
esse fato está sendo esquecido pela comunidade. Srs. Vereadores, Ver. Mario
Fraga, eu venho aqui, nessa tribuna, para que esse caso não seja esquecido.
Nove meses já passaram dessa tragédia, e parece que é algo normal, algo que já
caiu no esquecimento, e, por esse motivo, nós protocolamos, nesta Casa, uma
Moção de Apoio à Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da
Tragédia de Santa Maria pelo excelente trabalho que eles vêm fazendo, por todo
o sofrimento que eles enfrentaram e vêm enfrentando e por tudo ainda que eles
terão que passar com a perda; também por aqueles que têm ainda sobreviventes
nas famílias, por toda uma estrutura que eles precisam para continuar vivendo.
Então, por isso, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, fica aqui registrado que tramita, nesta Casa, a nossa Moção de
Apoio a essa associação. Muito obrigada e que Deus abençoe a todos.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; colegas Vereadores,
Vereadoras, senhoras e senhores. Quero aqui, em nome das Bancadas do PT, do
PCdoB, do PSOL, trazer aqui uma preocupação que toda a cidade expressou nesses
últimos dias, que foi em decorrência das grandes chuvas que aconteceram no
Município de Porto Alegre. Choveu 117 milímetros, uma chuva muito superior às
chuvas normais, mas o que eu quero trazer aqui, Ver. Cassio Trogildo, não é os
problemas trazidos por esses incidentes naturais, é a falta de preparo da
Defesa Civil com a cidade de Porto Alegre. Porque, qualquer fenômeno natural
que ocorre hoje nós conseguimos saber, com sete dias de antecedência, que
poderá ocorrer um fenômeno natural na forma de ventos, chuva – chuvas
torrenciais, chuva de granizo –, que poderão ocasionar grandes transtornos numa
comunidade. E o que a Defesa Civil não faz em Porto Alegre? Preparar a Cidade
com a brevidade necessária para que a Cidade possa estar preparada, no mínimo,
em dois sentidos, com as equipes do Poder Público Municipal – e aí não é só o
Poder Público do Município de Porto Alegre: a Saúde, com a rede de SAMU, com o
Centro de Vigilância Sanitária, com as vacinas necessárias; o DEP, com as suas
equipes para enfrentar os alagamentos; o DMAE, para consertar, corrigir e
abastecer a água potável; a SMOV, para arrumar e refazer as ruas danificadas; a
EPTC, para orientar o trânsito e dar suporte principalmente ao transporte
coletivo; as demais Secretarias para preparar políticas antecipadas.
Eu pergunto aos senhores, às senhoras e à população
que nos ouve: quem, na cidade de Porto Alegre, recebeu, com antecedência, uma
orientação do Poder Público Municipal informando que poderia ocorrer uma
catástrofe na Cidade, para que pudéssemos nos preparar para isso? E, além
disso, a Defesa Civil tem a responsabilidade de fazer a relação com o Governo
do Estado para trazer para esse conjunto os bombeiros, para trazer para esse
conjunto a segurança, que é a Brigada Militar; tem responsabilidade com o
Governo Federal, que, por intermédio do Ministério do Interior, instituiu um
comando nacional para enfrentar as intempéries ou os acidentes naturais. E aí é
inconcebível, Ver. Brasinha e demais, que a Administração pública, que tem um órgão
responsável para isso, não prepare a Cidade, não prepare a população. Quando
tem o comitê nacional de enfrentamento aos desastres naturais, já há todo um
organograma que tem que ser trabalhado, que tem um eixo que são as medidas
prévias, outro eixo que é durante e outro eixo que é após. O que se tem buscado
são as atividades após os desastres, e ainda mesmo dessintonizadas e
dessincronizadas.
Eu quero registrar aqui, em nome das bancadas de
oposição aqui da Casa – do PT, do PSOL e do PCdoB –, que a Cidade não pode mais
viver com essa postura passiva do Governo Municipal através da Defesa Civil em
não organizar uma estratégia e apresentá-la antecipadamente. E as grandes
chuvas e os dilúvios estão inclusive no Velho Testamento: o próprio Noé
preparou uma arca muito tempo antes para enfrentar uma inundação. Como a Defesa
Civil de uma cidade, com toda a tecnologia, não se prepara, não anuncia e não
monta medidas antecipadas para isso? Esse é o debate que trazemos aqui. E,
fraternalmente, queremos auxiliar a consertar. Quando digo aqui em auxiliar, é
porque o Ministério da Integração Nacional tem toda uma política, tem um centro
nacional instituído para ajudar a passar todas as informações necessárias. Isso
não pode mais acontecer!
Concluo dizendo que, quando vier a acontecer outra
catástrofe natural, nós não venhamos aqui fazer debates e buscar responsáveis.
Responsável é o Poder Público e nós somos parte dele. A oposição vem aqui
dizer: assim como está não pode continuar. A Prefeitura tem que ser ativa e propositiva,
e a Defesa Civil está devendo para a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. MARIO
FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, visto que nas últimas Sessões não
temos entrado em discussão de Pauta – e já falei com quase todos os colegas,
peço desculpas aos que não consegui –, solicito a inversão da ordem dos
trabalhos, para que possamos, imediatamente, entrar no período de Pauta. Após,
retornamos à ordem normal.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Mario
Fraga. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1411/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 065/05, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Carlos Eduardo Vieira da
Cunha.
PROC.
Nº 2829/13 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 041/13, de autoria do Ver. Alberto Kopittke, que inclui art. 29-A
na Seção I do Capítulo II da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 –
Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre –, e alterações posteriores,
determinando que as reuniões das Comissões e das audiências públicas por essas
realizadas sejam transmitidas em tempo real pela internet e permitindo aos
cidadãos que as acompanham enviar perguntas por meio eletrônico.
PROC.
Nº 2682/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 298/13, de autoria do Ver. Alberto Kopittke, que
institui isenção temporária das taxas administrativas e dos tributos municipais
às famílias atingidas por desastres ambientais no Município de Porto Alegre.
PROC.
Nº 2779/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 304/13, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que
obriga os cemitérios a adotar tratamento que vise a reter o produto da
coliquação nos sepultamentos em urnas e dá outras providências.
PROC.
Nº 2783/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 308/13, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que
permite às entidades e aos movimentos culturais e educacionais a utilização dos
muros das escolas da rede pública municipal de ensino para a aplicação da arte
do grafite, mediante autorização da Secretaria Municipal de Educação, e dá
outras providências.
PROC.
Nº 2831/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 317/13, de autoria do Ver. Alberto Kopittke, que
institui o Programa Cidadão e Cidadã Fiscal no Município de Porto Alegre e dá
outras providências.
PROC.
Nº 2860/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 323/13, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
declara Espaço Botânico Educativo a Praça Gustavo Langsch, localizada no Bairro
Bela Vista.
PROC.
Nº 2893/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 325/13, de autoria do Ver. Alberto Kopittke, que
institui o Programa Causas da Cidade, por meio do qual os cidadãos e as cidadãs
poderão apresentar, por meio eletrônico, suas ideias e suas causas para o
Município do Porto Alegre.
PROC.
Nº 3037/13 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 049/13, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que concede o
Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre ao Grande Oriente do Rio Grande do Sul
– GORGS.
PROC.
Nº 2510/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 285/13, de autoria do Ver. Dr. Thiago, que
obriga restaurantes, bares, lanchonetes, confeitarias e congêneres a informar
aos consumidores sobre a presença de glúten nos alimentos que comercializam e
assegura o repasse mensal de cesta básica composta somente de produtos isentos
de glúten às pessoas com doença celíaca e o fornecimento de merenda escolar
adequada aos alunos da rede municipal de ensino com essa doença.
PROC.
Nº 2760/13 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 037/13, de autoria do Ver. Pedro Ruas, que concede a Comenda Porto
do Sol a Antonio Augusto da Silva Fagundes e a Euclides Fagundes Filho.
PROC.
Nº 2999/13 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 046/13, de autoria da Verª Mônica Leal, que concede a Comenda Porto
do Sol à senhora Alice Prati.
PROC.
Nº 3116/13 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 042/13, que declara de utilidade pública o
Centro de Atendimento Integrado Morro da Cruz (CAIMC).
2ª SESSÃO
PROC. Nº 2163/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 252/13,
de autoria do Ver. Dr. Thiago, que denomina Rua Izolina Rosa da Silva o
logradouro não cadastrado conhecido como Beco Quatro – Estrada da Extrema –,
localizado no Bairro Lami.
PROC. Nº 2248/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 259/13,
de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que altera a ementa, os arts. 1º e 3º,
inclui arts. 1ª-A, 1º-B e 3º-A e revoga o art. 2º da Lei nº 6.809, de 28 de
fevereiro de 1991, dispondo sobre a inclusão de atividades pedagógicas
relativas à educação para o trânsito nas escolas da rede pública municipal.
PROC. Nº 2254/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 271/13,
de autoria do Ver. Dr. Thiago, que denomina Rua João Cláudio Ribeiro da Roza o
logradouro não cadastrado conhecido como Rua G – Lami –, localizado no Bairro
Lami.
PROC. Nº 2453/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 279/13,
de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que determina o fechamento da Av. Edvaldo
Pereira Paiva para circulação de veículos automotores aos sábados, domingos e
feriados, das 6h (seis horas) às 20h (vinte horas).
PROC. Nº 2466/13 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 030/13,
de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que altera o art. 6º da Lei Complementar
nº 626, de 15 de julho de 2009 – que institui o Plano Diretor Cicloviário
Integrado e dá outras providências –, determinando que a extensão da
infraestrutura da rede cicloviária seja de 395 km (trezentos e noventa e cinco
quilômetros), e estabelece prazo para a implantação dessa infraestrutura.
PROC. Nº 2667/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 297/13,
de autoria da Verª Mônica Leal, que proíbe a utilização de telefone móvel
(celular), rádio amador e similares no setor de pagamento e recebimento de
agências bancárias. Com Emenda nº 01.
PROC. Nº 2708/13 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 036/13,
de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que inclui art. 222-A na Lei Complementar
nº 284, de 27 de outubro de 1992 – que institui o Código de Edificações de
Porto Alegre e dá outras providências –, e alterações posteriores, permitindo o
uso de telhado verde sobre lajes e demais coberturas do último pavimento de
edificações.
PROC. Nº 2821/13 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 014/13,
que altera o caput dos arts. 42, 45 e 61, os incs. I a IV do art. 62 e o
inc. VIII do art. 113, e inclui §§ 1º, 2º e 3º no art. 61, todos da Lei
Complementar nº 628, de 17 de agosto de 2009 – que consolida a legislação
municipal que dispõe sobre a defesa dos direitos da criança e do adolescente e
revoga o art. 13 da Lei nº 9.693, de 29 de dezembro de 2004, e as Leis nos
6.787, de 11 de janeiro de 1991; 7.207, de 30 de dezembro de 1992; 7.394,
de 28 de dezembro de 1993; 7.453, de 6 de julho de 1994; 7.497, de 21 de
setembro de 1994; 7.595, de 17 de janeiro de 1995; 7.697, de 10 de novembro de
1995; 7.707, de 23 de novembro de 1995; 7.859, de 8 de outubro de 1996; 8.067,
de 18 de novembro de 1997; 8.098, de 22 de dezembro de 1997; 8.162, de 20 de
maio de 1998; 8.554, de 13 de julho de 2000; 9.126, de 27 de maio de 2003;
9.432, de 20 de abril de 2004; 9.632, de 7 de dezembro de 2004; 9.689, de 28 de
dezembro de 2004; 9.895, de 23 de dezembro de 2005; e 10.179, de 21 de março de
2007 –, dispondo sobre a política municipal de defesa dos direitos da criança e
do adolescente.
PROC. Nº 2823/13 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 037/13, que
declara de utilidade pública o Centro de Tradições Gaúchas Caminhos do Pampa.
PROC. Nº 2845/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 319/13,
de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que altera o art. 2º da Lei nº 9.258, de 12
de novembro de 2003 – que dispõe sobre a oficialização da Feira de Artesanato
do Brique de Sábado da Avenida José Bonifácio –, ampliando a área de realização
da Feira.
PROC. Nº 2945/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 339/13,
de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Ruy Caporal o
logradouro público cadastrado conhecido como Praça 3074 – Loteamento Jardim
Safira –, localizado no Bairro Mário Quintana.
PROC. Nº 1883/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 299/13,
de autoria da Verª Jussara Cony e do Ver. João Derly, que estabelece normas
para a realização de eleição de empregado para representar sua categoria em
diretoria de empresa pública e de sociedade de economia mista em que o
Município de Porto Alegre seja acionista majoritário, em conformidade com o
disposto no art. 24 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.
PROC. Nº 2498/13 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 031/13,
de autoria da Verª Jussara Cony e do Ver. João Derly, que altera o § 3º do art.
197 e inclui inc. XXVI e §§ 4º e 5º no art. 197, inc. IV no art. 206 e inc. XV
no art. 207 da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985 – que
estabelece o Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Porto Alegre –,
proibindo a prática de assédio moral na Administração Pública Municipal, e dá
outras providências.
PROC. Nº 2985/13 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 040/13, que
autoriza o Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) a desafetar e
alienar ao Município de Porto Alegre próprio destinado a uso especial
localizado na Rua Paulo Maciel, nº 220.
PROC. Nº 2906/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 329/13,
de autoria da Verª Any Ortiz, que institui o Programa de Incentivo à Coleta e à
Destinação Ambientalmente Adequada de Pneus Inservíveis.
PROC. Nº 2803/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 311/13,
de autoria do Ver. Guilherme Socias Villela, que renomeia o parágrafo único
para § 1º e inclui § 2º no art. 3º da Lei nº 10.165, de 23 de janeiro de 2007 –
que determina a afixação de placas denominativas de logradouros públicos pelo
Poder Executivo Municipal ou, ainda, por terceiros contratados mediante
licitação, dispõe sobre sua manutenção e, no caso de contratação de terceiros,
assegura-lhes a exploração comercial dos postes toponímicos –, facultando ao
Executivo Municipal a identificação de placas denominativas de logradouros
denominados por meios legais ou de costume, mantendo logo abaixo o nome
original.
PROC. Nº 2805/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 312/13,
de autoria da Verª Mônica Leal, que proíbe os cidadãos de utilizarem máscara ou
qualquer meio capaz de ocultar o rosto com o propósito de impedir sua
identificação em manifestações públicas no Município de Porto Alegre e
normatiza o direito constitucional dos cidadãos à participação em reuniões
públicas.
PROC. Nº 2905/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 328/13,
de autoria da Verª Any Ortiz, que obriga os estabelecimentos em que haja
prática de educação física em qualquer de suas modalidades a disponibilizar kit de primeiros socorros e profissional
capacitado e treinado para a sua realização.
PROC. Nº 2932/13 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 037/13,
de autoria do Ver. Guilherme Socias Villela, que inclui § 4º no art. 8º da Lei
Complementar nº 320, de 2 de maio de 2004 – que dispõe sobre denominação de
logradouros públicos e dá outras providências –, e alterações posteriores,
permitindo que as placas denominativas de logradouros cujas denominações forem
consagradas pelo uso que forem objeto de alteração possam conter a denominação
anterior, logo abaixo da nova.
PROC.
Nº 2326/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 175/12, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que
autoriza a instalação de um monumento em homenagem ao Padre João Peters no
canteiro que delimita as Avenidas Augusto de Carvalho e Loureiro da Silva,
localizadas no Bairro Praia de Belas, sem ônus para o Município de Porto
Alegre, e dá outras providências.
PROC. Nº 1082/13 – PROJETO DE EMENDA À
LEI ORGÂNICA Nº 002/13,
de autoria da Verª Sofia Cavedon e outros, que inclui art. 183-A na Lei
Orgânica do Município de Porto Alegre, determinando que sejam aplicados
integralmente em educação os recursos provenientes da União a título de
distribuição da participação especial e dos royalties decorrentes da
exploração de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos. Com
Emendas nos 01 e 02.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadoras, hoje nós estamos
com uma quantidade bastante grande de projetos em Pauta e eu gostaria de fazer
uma sugestão. Na verdade, nós temos que encontrar mecanismos... E o Ver.
Kopittke já ofereceu várias sugestões à nossa Casa. Eu tenho uma que venho
insistindo, desde o ano de 2005: que as nossas Sessões de segundas-feiras sejam
à noite.
Eu
conversava com o Ver. Mario Fraga que não gosto de deixar passar a Pauta, por
mais divergências que tenhamos – o Ver. Pujol também é dedicado à Pauta –,
porque é o primeiro momento que esta Casa faz um debate de um projeto.
Portanto, todos tomam conhecimento, e a população, de alguma maneira, deveria,
neste momento em que se inicia a Pauta, tomar conhecimento que determinado
assunto entrou em Pauta na Câmara de Vereadores e começará a tramitar nas
Comissões. Portanto, nós tínhamos que encontrar um meio, assim como a nossa
rede social da Câmara registra a liderança, de registrar a Pauta: entraram em
Pauta, iniciou a tramitação – dessa maneira, o conjunto da população receberia
essa informação.
Nós estamos na 2ª Sessão de Pauta do projeto que
inclui na Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre a determinação que seja aplicada integralmente em educação os recursos
provenientes da União a título de distribuição da participação especial e dos royalties decorrentes da exploração de petróleo,
gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos. A intenção dessa lei é uma
reprodução, uma consolidação do que nós esperávamos que o Brasil tivesse feito,
que o Congresso Nacional tivesse feito, que era a intenção da Presidenta do
Brasil, Dilma Rousseff, que todo esse recurso novo, essa riqueza nova que os royalties do petróleo vão alcançar ao
Brasil sejam investidos, de fato, num salto qualitativo, estratégico para o
Brasil, que é o investimento na educação. O Congresso só foi votar esse tema –
apesar da Presidenta Dilma já ter indicado e encaminhando medidas provisórias e
indicativos umas três vezes –, depois das manifestações de junho, depois da
grande pressão popular por atitudes, por melhorias, por definições dos governos
e dos parlamentos, mais claras para atender as necessidades da comunidade. E
quando a juventude dizia e reivindicava passe livre, ela dizia passe livre para
a educação, condições de estar na educação com qualidade. Infelizmente, na
minha opinião – o Congresso tirou 15% para a saúde –, esse recurso tirado e
aplicado na saúde vale muito menos do que o recurso aplicado na educação.
Parece um senso comum, parece uma frase demagógica, repetida muitas vezes, mas
não tenho a menor duvida de que a educação produz um efeito tal na população
que todos os outros serviços têm mais efetividade, todas as outras políticas
públicas têm mais eficiência, toda e qualquer iniciativa pública tem mais
repercussão, mais apoio, mais retorno se há um forte processo de educação sendo
alcançado para o conjunto dos brasileiros.
Ver. João Derly, praticamente na mesma semana em
que eu apresentei esse projeto, V. Exa. apresentou uma lei ordinária prevendo
semelhante disposição, e a lei do Ver. João Derly tramita já em algumas
Comissões. Então, nossa dobrada fará com que essa previsão esteja em uma lei
ordinária e esteja na Lei Orgânica do Município. Quero aqui reconhecer a sua
iniciativa, nosso Vice-Presidente da CECE, atento às questões da educação.
E Porto Alegre, Ver. Professor Garcia, que compõe a
Comissão, que será Presidente desta Casa, tem grandes demandas na educação
infantil, grandes demandas para que a juventude não se evada do ensino médio,
para que a juventude permaneça, para que a juventude tenha suporte, para que a
juventude de Porto Alegre não morra nas periferias, no tráfico de drogas, não
se envolva na droga e escolha a escola. E, para isso, precisa-se de muito
dinheiro na educação e de muita competência inclusiva – daria para falar assim
– na educação de Porto Alegre. Portanto, faltam recursos. Precisamos ampliar a
cobertura da educação infantil comunitária, por exemplo, que consegue pagar
muito mal ainda os educadores de mais de 250 creches, porque faltam recursos.
Então, todo recurso novo tem que ser dedicado à educação, e que esse salto de
qualidade que o Brasil vai dar comece por Porto Alegre, com educação plena e
com superação dos altos e perigosos índices de evasão do ensino médio da nossa
juventude. Obrigada, Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente, eu tomei conhecimento, agora, de um fato que eu
considero bastante grave aqui na Casa: nós temos um projeto tramitando há cerca
de um ano – importante que eu fale antes do Ver. Pujol, na tribuna –, um
projeto conhecido, do tombamento do Estádio Olímpico, já tem parecer da
Comissão de Constituição e Justiça, que foi contestado por este Vereador, o
projeto retornou à Comissão de Constituição e Justiça, onde nós sabemos que
haverá um voto favorável, já declarado, do Ver. Alberto Kopittke, e, a partir
desse retorno, toda semana um Vereador pede vista, sendo que antes nunca
pediram. Evidente que não querem que o projeto tramite, mas nós estamos atentos
e vamos denunciar isso em todas as instâncias necessárias, pois é um absurdo e
inaceitável.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Ver. Pedro Ruas, esta presidência não quer tirar
sua razão, só quero fazer um registro: V. Exa. é experientíssimo nesta Casa,
ninguém tem mais experiência que V. Exa, não há dúvida que esse é um assunto da
tribuna, então, V. Exa., em seguida, poderá falar sobre isso e poderá fazê-lo
ali com o maior... Eu falo, porque, daqui a pouco, algum colega vai pedir o
direito de resposta e nós vamos ficar aqui no microfone de apartes. Então, peço
a sua compreensão. Obrigado.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, primeiro, eu peço que V. Exa. zere
o meu tempo, porque, obviamente, eu simplesmente devo dizer que esse assunto
levantado, em Questão de Ordem, pelo Ver. Pedro Ruas, e como estou em período
de Pauta, eu não posso sobre ele me referir. Oportunamente, darei à Casa as
explicações a respeito do que está ocorrendo com relação ao projeto de lei por
ele referido. Peço que V. Exa. zere o meu tempo, e eu iniciarei o meu
pronunciamento.
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, a inversão da Pauta, requerida pelo
ilustre Vice-Líder do PDT, Ver. Mario Fraga, e acolhida pela unanimidade da
Casa, tem a sua justificativa. Temos, hoje, em repetição mais de 20 projetos de
lei que transitam em Pauta, e, evidentemente, face à circunstância de que a
Pauta não vem sendo cumprida nos últimos dias, destinados a essa finalidade por
razões de todos conhecidas, essas matérias não evoluem na sua apreciação pela
Casa. E são inúmeros projetos relevantes, muitos dos quais merecem a nossa
atenção específica, na medida em que tratam de assunto de relevância, alguns,
inclusive, polêmicos, outros carecedores de uma melhor explicação, como é o
caso, por exemplo, do projeto do Ver. João Carlos Nedel, que declara Espaço
Botânico Educativo a Praça Gustavo Langsch, localizada no bairro Bela Vista. Eu
não sei se esta declaração da condição de Espaço Botânico desse logradouro da
Cidade, Praça Gustavo Langsch, se essa figura é uma figura prevista no
Regimento da Casa, na Lei Orgânica, e, certamente, com a presença do Ver. Nedel
na Casa, o que deve ocorrer em breve, nós teremos a possibilidade de
esclarecer.
Observo, da mesma forma, vários projetos, todos na
linha de consolidar o meio eletrônico como sendo uma ferramenta disponibilizada
na Casa para várias finalidades, tarefa que não me parece muito fácil, e até
com a necessidade, Ver. Tarciso, de verificarmos a sua legalidade, na medida em
que não podemos propor projeto de lei, cujas possibilidades de realização
dependam de outras providências que digam respeito à organização, inclusive a
disponibilidade de equipamentos da Casa, suficientemente capazes de permitir a
sua execução.
De outra banda, a Ver.ª Mônica Leal propõe a
proibição da utilização do telefone móvel, celular, rádio amador e similares,
no setor de pagamento e recebimento de agências bancárias. É um assunto que
envolve polemicidade. Certamente, a Vereadora, diligente como é, trará à Casa
as explicações necessárias para que, cumprindo a pauta, o processo se encaminhe
às comissões temáticas, e lá possa ser mais profundamente discutido. Em tese, é
uma matéria que interessa a todos nós na medida em que procura regrar uma
situação que é um fato, hoje, presente no cotidiano das atividades bancárias,
sobre a qual eu tenho algumas dúvidas, Ver.ª Mônica, em relação à possibilidade
de legislarmos sobre isso, mas que haveremos de esclarecer durante o debate.
De outro ponto, o Departamento Municipal de Água e
Esgotos quer desafetar e alienar ao Município de Porto Alegre próprio destinado a uso especial localizado na Rua Paulo
Maciel, nº 220. E aí por diante, Sr. Presidente.
Eu ficaria muito além dos cinco minutos
regimentais que posso utilizar neste período de discussão preliminar da Pauta,
comentando acerca de 30 projetos de lei que tramitam nesta Casa e dedicaria,
com toda razão, uma atenção especial ao projeto de autoria do Ver. Guilherme
Socias Villela, que altera a legislação que regula as denominações de ruas em
Porto Alegre, permitindo que nas placas denominativas dos logradouros, cujas
denominações forem consagradas pelo uso e que forem objeto de alteração, possam
conter a denominação anterior logo abaixo da nova denominação. Projeto
brilhante, absolutamente necessário, capaz de enfrentar várias situações hoje
vigentes na Cidade e que estão gerando grandes complicações de toda ordem, com
ruas que têm três denominações – uma consagrada pela população, outra pela lei
e uma terceira instituída pelo DMAE ou pela Companhia Estadual de Energia
Elétrica. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Apregoo o Memorando nº 40/13, de autoria do Ver.
Márcio Bins Ely, que solicita representar esta Casa para participar na reunião
do Conselho da Internacional Socialista, em Istambul, no período de 10 a 12 de
novembro, sem ônus para a Câmara Municipal de Porto Alegre. Comunica também que
estará ausente para atender a referida atividade no período de 6 a 13 de
novembro de 2013.
O SR.
JOÃO DERLY: Sr.
Presidente, gostaria de registrar e saudar a presença do Dr. Carlos Eurico,
Presidente da Federação Gaúcha de Judô, que nos prestigia nesta tarde.
Estávamos há pouco recebendo uma homenagem ao judô gaúcho na Assembleia
Legislativa. Obrigado. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Seja bem-vindo.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
aproveitando que o Ver. João Derly saudou o Presidente da Federação, eu quero
também saudar o técnico do Ver. João Derly que está aqui hoje, o Kiko, que
possibilitou que este atleta, que hoje é Vereador, fosse duas vezes campeão
mundial.
Hoje a Pauta está riquíssima. Eu tenho alguns temas
que poderia colocar aqui como importantes. O primeiro é em relação a um projeto
de Resolução do Ver. Alberto Kopittke. Ele coloca que quer que as reuniões das
Comissões e as audiências públicas realizadas pelas Comissões sejam
transmitidas em tempo real pela Internet, permitindo aos cidadãos que as
acompanham enviar perguntas por meio eletrônico. Eu acho legal, só que a nossa
prática hoje, infelizmente, não disponibiliza isso. Nós temos uma discussão
aqui na Casa, por exemplo, nem todas as nossas Sessões são transmitidas ao
vivo, porque há um compartilhamento com a Assembleia
Legislativa. Então, fica difícil as audiências públicas mais as Comissões, e as
Comissões são de forma simultânea aqui na Casa, nós não temos hoje uma estrutura,
então, de forma muito singela, a ideia é boa, mas fica inexequível.
A Ver.ª Any Ortiz
está apresentando aqui na Casa um projeto de lei que obriga os estabelecimentos
em que haja prática de educação física, em qualquer de suas modalidades, a disponibilizar kits de primeiros socorros e
profissional capacitado e treinado para a sua realização. Ela discorre a
respeito do profissional capacitado e treinado, devendo ser no mínimo um em
cada turno. Quero dizer que todas as academias são obrigadas a ter um
profissional de Educação Física; uma lei, inclusive deste Vereador, de 1997,
quando a profissão não era ainda regulamentada. É importante saber que os
profissionais de Educação Física, dentro do seu componente curricular
obrigatoriamente têm uma disciplina chamada “Socorros de Urgência”. Essa
disciplina visa justamente a fazer com que, num caso emergencial, um mal
súbito, esse profissional está capacitado para dar o primeiro pronto
atendimento. O kit de primeiros
socorros é muito relativo, mas ela elenca e o que ela está propondo, na
realidade, é uma prancha com colete cervical e um cilindro de oxigênio com
manômetro. É um equipamento de respiração mecânica localizada em local de fácil
acesso ao público. Eu vejo que isso aqui vai encarecer, raramente acontece, e,
hoje volto a colocar o seguinte: os profissionais de Educação Física ali têm
todo e qualquer instrumento pessoal por sua formação de realizar. Então, quando
eu fui ver “primeiros socorros”, seria o quê? Mercúrio, band-aid, esparadrapo, algodão? Não. O primeiro socorro que a
Vereadora coloca, especificamente, é um tubo de cilindro de oxigênio com
manômetro. Algo totalmente dirigido. Acho que vamos poder fazer esta discussão
mais adiante, lastimo que a Vereadora não esteja aqui hoje, mas quero dizer que
desta forma, em princípio, sou contra o projeto porque ele coloca algumas
coisas que já fazem parte do quotidiano de quem é profissional de Educação
Física e acho que colocar um cilindro de oxigênio em todos os locais, e ela
fala indistintamente; então fica muito difícil.
O ultimo projeto, eu
havia conversado com a Ver.ª Sofia, e acho que é uma bela discussão, em que a
Ver.ª Sofia está determinando que sejam aplicados
integralmente em educação os recursos provenientes da União a título de
distribuição da participação especial e dos royalties decorrentes da exploração de petróleo,
gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos. Essa é hoje a discussão nacional,
a questão dos royalties, que
recentemente foi votada no Congresso Nacional. Quero também dizer que a
previsão da exploração começa em 2020, na realidade foi um factoide, e o que
foi aprovado lá foi educação e saúde. Como tem uma hierarquia de legislação,
não sei, mas brigar por educação sempre é importante. Não sei se hoje, como foi
aprovado lá educação e parte para a saúde, nós temos condições de somente
determinar para a educação. Mas está posto e, como discussão, é bem-vinda.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, vou aproveitar este período de discussão
preliminar de Pauta, Ver. Bernardino Vendruscolo, para cumprimentá-lo pelo seu
projeto que concede o Troféu Câmara Municipal de
Porto Alegre ao Grande Oriente do Rio Grande do Sul, porque, com 120 anos no
Estado do Rio Grande do Sul, é uma entidade que ajuda e participa de muitas
atividades no Estado. Então, Vereador, quero cumprimentá-lo por essa
iniciativa.
Quanto
aos royalties de petróleo serem
aplicados ou divididos, agora até a discussão ainda está mal dividida, mal
usada, nós ainda não sabemos quanto vão render os tais de royalties, não sabemos como vai ser a distribuição, aliás, tem lei
federal para isso, estão sendo discutidas essas leis. A Ver.ª Sofia encaminha
uma lei nesse sentido para o Município de Porto Alegre.
Acho que isso é, se sobrar dinheiro do tal do Pré-Sal esse, porque por enquanto
só tem propaganda, espero que se recupere todo esse dinheiro que deram paro o
Eike Batista em nome dessa exploração de petróleo. Não basta fazer discurso
para a educação e emprestar bilhões para o homem que se dizia o mais rico do
Brasil, e agora vimos que este dinheiro foi para o beleléu. Aliás, para o
beleléu não, alguém pagou e alguém recebeu esse dinheiro. Alguém recebeu!
Imaginem, com esses bilhões todos, quantos equipamentos especiais se poderia
fazer nas escolas de Porto Alegre e do Brasil, sem necessitar de projeto, sem
obrigar. Primeiro de tudo, tem que se ter respeito com o dinheiro público, que
é o que não houve neste caso do Eike Batista, que tem muitas fotografias com a
Presidente e com o Vice-Presidente, Michel Temer, com o Lula, com todo mundo, o
Eike Batista era a pérola da colônia, era o exemplo do Brasil. E agora se
apresenta este Pré-Sal como a garantia de uma educação. Ora, a educação é a
obrigação desde sempre, não queiram colocar na conta do Pré-Sal que ainda não
existe. Ou melhor, se sabe por que se faz isso, para transferir a obrigação do
Governo Federal com a educação para depois, para quando vier o petróleo. O
Governo Federal tem que fazer agora, cuidar da sua parte da educação agora, não
deve esperar para depois. Ou será que tem que fazer mais uma eleição, mais uma
eleição com a mesma propaganda? Com a ponte do Guaíba já se fez umas três
eleições com essa propaganda, tem até nome, Ver. Brasinha; anunciou-se lá na
eleição passada a ponte do Guaíba, até com desenho, com o pré-projeto. E cadê a
ponte do Guaíba? Agora se anunciou que se vai fazer o pré-projeto para depois
fazer a licitação no ano que vem, que fica bem pertinho da eleição, que aí já
se anuncia de novo, para terminar daqui a três anos, que é perto da outra
eleição, para fazer a inauguração lá na chegadinha dos outros, para quem pensa
que vai ganhar a eleição, pensa que já aproveita para a outra eleição. E aí
estamos discutindo o Pré-Sal para a educação aqui em Porto Alegre, obrigando a
usar este dinheiro que ainda não se sabe que existe, não se sabe se vem para
cá, nós estamos usando isso para obrigar o Município a usar um dinheiro que não
existe. Ora, vamos fazer o seguinte, vamos obrigar o Governo Federal a cumprir com a obrigação que ele tem desde hoje, sem
esperar Pré-Sal e sem esperar milagres! E trazer de volta o dinheiro do Sr.
Eike Batista, responsabilizar quem emprestou o dinheiro, que foi o Governo
Federal e a turma atual que comanda o Brasil. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; senhores e senhoras, público das
galerias, eu venho a esta tribuna falar a respeito de projetos e também lembrar
que nós temos um especialista em projetos de ruas aqui em Porto Alegre: o Ver.
João Carlos Nedel. Dia 15 de maio, eu, o Ver. Dr. Thiago e o Ver. Reginaldo
Pujol sobrevoamos Porto Alegre de helicóptero. E eu falei aqui nesta tribuna,
Ver. Airto Ferronato, que eu estava apresentando um projeto de heliponto, mas
eu senti que o Ver. Nedel é mais rápido! Eu estou trabalhando há cinco meses
nesse projeto, já andei de helicóptero várias vezes, sobrevoando Porto Alegre,
anotando, fazendo fotografias – e há estudos de engenheiro e de arquiteto, e
ontem, surpreendentemente, eu vejo o Ver. Nedel dizendo que apresentou um
projeto de heliponto. O Ver. Nedel não está só nas ruas; agora ele resolveu
cuidar por cima também!
O Sr. Airto Ferronato: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu vou aproveitar a sua
presença até porque eu sei que o senhor tem falado bastante
sobre a microempresa.
O SR. ALCEU BRASINHA: Vereador, sobre a
microempresa. O nosso querido Kurt, ali da Souza Reis, um pequeno empresário,
contribuidor desta Cidade, falou que sofreu muito quando fizeram a 3ª Perimetral
e, graças a Deus, ele diz que agora está em um Governo transparente.
O Sr. Airto Ferronato: Só para seguir
aquilo que eu tenho falado bastante também. Ontem, no jornal Correio do Povo,
está escrito que a OSX, o estaleiro do Eike Batista, segue a empresa-irmã. O
jornal fala sobre a questão da OSX e, de repente, diz R$ 2,6 bilhões de dívida.
Entre os credores da OSX estão o BNDES com R$ 548 milhões e a Caixa Econômica
com R$ 1,1 bilhão. Do montante devido pela Caixa, cerca de R$ 400 milhões venceram
em outubro – quatrocentos milhões para o Eike Batista –, mas o prazo foi
prorrogado para o Eike Batista. Se fosse um microempresário ou qualquer um que
devesse para Caixa, Banrisul, Banco do Brasil, BNDES, o nosso Badesul, aqui do
Rio Grande do Sul, Ver.ª Séfora, primeiro eles botam no Serasa, no SPC. O Tarso
orienta o Prefeito, todos dão dicas, Dilma, etc., todos vão para o SPC. Eles
entram na Justiça. O microempresário deve R$ 500,00 e paga R$ 10.000,00 de
advogado. Que país é este que só empresta e só dá benesses para os grandes? E,
na maioria das vezes, perdem tudo e o pequeno paga a conta. Não é possível
permanecer assim. Meus pêsames à direção da Caixa Econômica Federal do Brasil.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Vereador.
É que eles conseguiram falar com os russos. Volto a falar, Ver. Bernardino.
Então, eu perdi tempo, Cassio “Astrogildo”! Eu avisei aqui nesta tribuna, e o
meu discurso estava aqui, que eu tinha um projeto, um estudo, que eu estava
trabalhando com os helipontos. Eu andei várias vezes de helicóptero. Eu levei o
Reginaldo Pujol, eu levei o nosso querido Presidente Dr. Thiago e, ontem, para
minha surpresa, o Vereador disse para o Sacomori lá que ele apresentou um...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. ALCEU BRASINHA: ...Obrigado, Ver.
Bernardino Vendruscolo. Eu quero só falar, Ver. Nedel, porque eu perdi o meu
tempo passeando de helicóptero por cima de Porto Alegre, olhando, tirando foto
e fazendo um trabalho. E, surpreso, o Vereador me apresenta o Projeto. Então o
Ver. Nedel não é só das ruas mais, ex-Prefeito Villela, não é só das ruas!
Agora ele vai cuidar também das linhas aéreas. O ministro das trevas pede e
faz, e aí eu acabei... o meu trabalho, e tempo perdido. O que eu faço? Tenho
que pedir para Deus me abençoar, então, Vereador! É só o que falta, eu vou
perder o meu trabalho também!
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu apresentei este projeto há
muitos anos. Está arquivado este projeto, estou atualizando-o, mas no momento
ele está arquivado. Se V. Exa. quiser, ainda tem tempo. Eu não desarquivei.
Quando o senhor não era Vereador, eu já havia apresentado este projeto, mas
houve tantas leis, que tem que atualizá-lo. Esse é o assunto. Então, V. Exa.
está desinformado.
O SR. ALCEU BRASINHA: O senhor ontem
estava dando entrevista, eu vi, o senhor falou que tinha apresentado... Até ele
brincou se os Vereadores iam ter helicóptero...
(Som cortado,
conforme determinação da presidência dos trabalhos.)
O Sr. João Carlos Nedel: E apresentei, é
que...
(Som cortado,
conforme determinação da presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Senhores, eu vou pedir a compreensão. Primeiro nós temos que observar a
Pauta; segundo, o tempo. Então vou pedir a compreensão dos colegas. Sei que eu
posso contar com o apoio de todos os senhores.
O Ver. Alceu Brasinha
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Sr.
Presidente. Eu volto, porque eu quero ratificar o que eu falei, porque, Ver.
Nedel, eu tenho o maior respeito pelo senhor e costumo dizer que o monopólio
das ruas é de V. Exa. Eu tenho medo até de morrer, não quero projetos de ruas!
Então, eu volto a dizer: eu fiquei surpreso, eu estou trabalhando com um
arquiteto e um engenheiro no meu projeto e eu disse: “E, agora? O Ver. Nedel
disse que apresentou, ontem?” E agora ele falou que estava arquivado. Tudo bem,
podemos voltar ao trabalho.
Aí eu perdi o meu
tempo, eu e o Presidente Ver. Dr. Thiago, que, atenciosamente, atendeu ao meu
pedido, foi junto comigo andar no ar lá para olhar os pontos que podem ter mais
helipontos públicos – e nos hospitais, que é o certo, Ver. Pedro Ruas. Aí eu
apresentei, Séfora Mota, esse projeto, no qual tenho trabalhado muito,
sobrevoado Porto Alegre para eu ver qual é o melhor momento para apresentar o
projeto. E aí fiquei surpreso com o que ele me disse. Mas se o projeto está
arquivado e ele retirou, eu agradeço, Ver. Nedel. Ele continua com o monopólio
aqui embaixo, deixa eu fazer um projeto lá em cima, no ar, é lá que é mais
importante, Ver. Sabino. Porque não dá, a gente pensa uma coisa e já se avançam
rápido, Ver.ª Séfora. Já viu como as energias fluem aqui muito rápido?
Então, eu quero falar
das coisas boas que acontecem em Porto Alegre, Ver. Janta – e acontecem –,
porque têm coisas boas acontecendo no Governo do Estado, no Governo do nosso
Município, só que há pessoas que não reconhecem. Eu reconheço que a Cidade tem
alguns problemas, mas tem problemas que as pessoas solucionam e fazem o melhor
possível.
Eu quero dizer para
os senhores, nós temos várias Secretarias do Município, sobre as quais eu
mesmo, uma vez, fui um Vereador que falei que uma delas não andava, eu fiz uma
dimensão, junto com o Prefeito Fogaça, disse que o time dele era o DMLU, que
não atacava, Ver. Pedro Ruas, e lá quem comandava era o Coronel Moncks. E eu
pedi desculpas, várias vezes, e vou voltar a pedir, porque, realmente, o
Coronel Moncks foi um cidadão, um Secretário que me atendeu muito bem assim
como atendia à Cidade.
Mas o DMLU continuou
andando, graças a esse menino talentoso, que é o André Carús, que vem fazendo
um trabalho espetacular! A gente sabe a carência que tem o DMLU, tem carência
de material humano, de máquinas, mas assim mesmo, Janta, ele atende as pessoas
com o maior carinho.
Então, quero dizer
aos senhores que nós temos que ver as coisas boas que acontecem na cidade de
Porto Alegre. O DMLU vem fazendo um excelente trabalho. O DEP também, com o
nosso querido Tarso Boelter, que não canso de dizer que é um Secretário
revelação, atencioso. E olhem que nós temos vivido vários problemas na Cidade.
Outro Secretário revelação, e não é porque é do meu Partido, mas é um
Secretário que atende bem, é o Everton Braz, do DEMHAB, um Secretário que não
mede esforços no atendimento à população, Ver.ª Mônica, realmente, é um
Secretário que me deixa surpreso e, mais feliz ainda porque é do meu Partido.
Ele, realmente, trabalha muito.
E vamos avançando,
temos o nosso querido Professor Edgar, temos o nosso irmão Mauro Zacher, na
SMOV, que vem fazendo um bom trabalho. Temos a SEDA, que muito tem feito pela
Cidade. Não sou contra em nada a Secretária; pelo contrário, sou a favor,
porque precisamos de pessoas com experiência para lidar no ramo, e a nossa
querida Regina tem essa experiência.
Então, senhores, o
nosso Prefeito tem um time de futebol dos anos 80! Lá, no Grêmio, que deu uma
aula de futebol para o mundo. E, assim, é o nosso Prefeito, que continua dando
aula para todos os invejosos.
Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Dr. Thiago
assume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
quero fazer um registro e encaminhar a V. Exa., porque, ontem, às 20h15min, eu
recebi, em nome da Mesa Diretora, um documento de alguns ciclistas que vieram
em comitiva. Um grupo de uns 40 ciclistas foi à Prefeitura Municipal,
primeiramente, depois, vieram a esta Casa, e fui acionada pelo Ver. Sgarbossa,
em função de que o Vice-Presidente não poderia estar presente, estava designado
para receber em nome da Mesa Diretora.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eles não
marcaram, Vereadora. Esta presidência tem todo o prazer em receber, seja quem
for, agora, se não foi marcado... Eu apenas conversei com o Ver. Sgarbossa por
telefone.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Não, eu sei, enfim,
como eles estavam nesse movimento, e eu estava na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, então, me desloquei, em nome da Mesa, convidada pelo Vereador, e
quero, então, informar ao conjunto dos Vereadores que recebi um abaixo-assinado, que passo às
mãos de V. Exa., sobre o projeto de lei do Governo Municipal, Ver. Marcelo, em
que os ciclistas se manifestam contrários à desvinculação das multas de
trânsito para construção de ciclovias na Cidade. Está bem? Então gostaria de
registrar e informar a todos.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Feito o registro, Vereadora.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente, eu preciso dizer também que todos nós, Vereadores,
fomos convidados, formalmente, a participar, juntamente com o Movimento Massa
Crítica, de uma pedalada na última sexta-feira do mês. É um convite formal para
que experimentemos as dificuldades de andar nas vias desta Cidade.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Perfeito.
O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos
assiste nas galerias e através da TVCâmara, ontem, os trabalhadores brasileiros
e o movimento sindical fizeram atos em todos os prédios da Previdência Social
brasileira. No Brasil inteiro, em todas as capitais, aconteceram atos,
inclusive na Capital Federal, pelo fim do fator previdenciário, uma questão que
vem dificultando a vida das pessoas que produzem neste País, Ver. Pedro Ruas.
Quando chega o momento de descansarem, de cuidarem das suas vidas, de cuidarem
dos seus netos, de curtirem a vida, essas pessoas não conseguem se aposentar,
porque o Governo – como disse muito bem aqui o Ver. Airto Ferronato – faz a
opção de dar mais dinheiro para banqueiros, de pagar juros, de incentivar a
especulação financeira neste País, e não pode acabar com o fator
previdenciário, não pode reconhecer uma pessoa que contribuiu e trabalhou por
30, 35 anos. Fizemos esses atos em todas as sedes da Previdência Social,
juntamente com uma nova correção da tabela do Imposto de Renda. Esses
trabalhadores são os mesmos que não conseguem se aposentar, são os mesmos que
estão pagando um absurdo de Imposto de Renda, Ver. Nereu D’Avila. Um
trabalhador, hoje, que ganha R$ 1.400,00, já paga 7,5% de Imposto de Renda.
O Ver. Airto Ferronato falou aqui da sua indignação
na questão do dinheiro público, fortunas de dinheiro público que foram para um
autista, um viajante, um sei lá o quê, chamado Eike Batista. E a ingerência do Eike Batista no Governo é tão grande,
Ver. Pedro Ruas, Ver. Comassetto, que, até hoje, os membros do Conselho de
Administração do BNDES que representam o Movimento Sindical, indicados pelas
centrais, não foram nomeados porque esses membros de administração do BNDES
exigiram que todo empréstimo que saísse do BNDES as empresas teriam que
comprovar estar em dia com a Previdência Social, estar em dia com o
recolhimento de Fundo de Garantia e comprovar estar em dia com parcelas já de
financiamento tiradas no banco. Por isso, até agora não foram conduzidos esses
membros do Conselho de Administração do BNDS, porque o Sr. Eike Batista, o Midas, o homem que
descobriu o petróleo no Brasil, o homem que ia se transformar no homem mais
rico do mundo, se transformou na grande piada do Brasil, se transformou no
grande e popular – dito do povo quando a pessoa aplica um golpe – 171. Na
verdade, o que se viu foi uma pessoa dizer que tem um patrimônio às custas do
dinheiro público, e que seria o segundo homem mais rico do mundo às custas do
BNDES, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, às custas de dinheiro
público, e às custas de patrimônio público. E aí o Governo não tem dinheiro
para acabar com o fator previdenciário; aí o Governo não permite que os
trabalhadores tenham uma compensação digna no Imposto de Renda, desconte o
Imposto de Renda, realmente, sobre os seus ganhos, não sobre o seu salário. Não
é justo uma pessoa fazer duas, três horas extras, e no final do mês ter que
pagar Imposto de Renda. Não é justo um trabalhador que ganha R$ 4.800,00 pagar
27% de Imposto de Renda; não é justo ver uma pessoa trabalhar 35 anos e não
poder se aposentar porque tem um fator previdenciário. Enquanto isso, vemos o
Governo damos bilhões e bilhões para um empresário tipo Eike Batista; dar
bilhões e bilhões para um sistema financeiro e para a especulação que não gera
emprego neste País, porque o dinheiro só passa por cima deste País.
Então usamos esta tribuna, no tempo de Liderança do
nosso Partido, o Solidariedade, para dizer que a classe operária brasileira
está em alerta, está de plantão, e, daqui a duas semanas, vamos fazer outra
manifestação, em Brasília. O fator previdenciário é uma necessidade do povo
brasileiro, a correção da tabela de Imposto de Renda, assim como a PEC nº 300,
Delegado Cleiton, é de extrema importância para a Segurança pública, não se
pode discutir Segurança pública sem falar na PEC nº 300, que dá um salário
digno para os policiais civis e militares.
Então, nós vamos estar em Brasília, daqui a duas
semanas, reivindicando o direito do povo brasileiro e dos trabalhadores. Com
força e fé vamos avançar na luta da classe operária, dos trabalhadores e suas
famílias. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Nereu D'Avila está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NEREU
D'AVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público que nos
assiste, senhoras e senhores. Pela primeira vez na história do Brasil, está se
exumando, na histórica São Borja, o corpo de um ex-Presidente da República.
Trata-se de João Goulart, o Jango Goulart, o Presidente das reformas de base, o
Presidente que o sistema fascista que se instalou em 1964, neste País, não
permitiu que viesse morrer na sua terra, no seu Rio Grande, no seu Brasil.
Menos do que a circunstância, se Jango foi envenenado, se morreu de morte
natural, porque era cardíaco, estava muito gordo, fumava muito, pela depressão
e saudade da sua terra no Brasil... Eu, na época, vindo de visita a Leonel
Brizola, do Uruguai, com o Sereno Chaise, que está vivo ainda e com o José
Bastide, que morreu, foi Secretário da Bancada do PTB na Assembleia, há muitos
anos, o saudoso Bastide, fomos a Tacuarembó, no Uruguai, e tive o privilégio de,
pela única vez, conversar, no pátio, em uma tarde linda, com o Sr. Jango
Goulart e vê-lo de perto, já sofrido, já curtido pelo exílio, tentando negociar
a sua volta ao Brasil. E o sistema militar da época foi inflexível, não
deixando o Jango, que era um homem afável, tranquilo, um homem a quem o Brasil
deve o não derramamento de sangue, porque se ele quisesse o esquema que o
próprio Brizola ofereceu, ele podia resistir, o que seria uma luta inglória,
hoje se sabe, porque só traria sangue entre os brasileiros. E Jango teve a
visionária atitude de não permitir, não consentir nenhuma luta naquele momento.
Inclusive, ainda em território brasileiro, e Presidente, portanto, do País, já
o Congresso colocava outro Presidente, num golpe de Estado, hoje reconhecido pelo
mundo todo.
Então hoje é um dia histórico para os brasileiros,
para nós do trabalhista, porque menos saber se Jango foi envenenado – acho que
não, mas isso é uma outra questão –, mas a existência da Comissão da Verdade
para colocar a verdade diante das novas gerações para ver as barbaridades que
foram cometidas por um sistema caótico, obtuso, fascista, que derrubou Jango;
menos saber se Jango foi envenenado, muito mais, nós, trabalhistas estamos
orgulhosos, porque, finalmente, na história do Brasil, vai se fazer justiça a
um Presidente a quem não foi permitida nem a morte na sua terra natal. Ele vai
ser recebido em Brasília como Chefe de Estado, o que nunca lhe foi permitido.
Hoje se reescreve a História do Brasil; hoje está sendo, finalmente, resgatado
aquele Presidente que foi derrubado por seus acertos e não por seus eventuais
erros. As reformas de base que Jango queria na época, até hoje não foram
realizadas, nem a reforma agrária, nem a financeira, nem a política. Agora vem
uma pífia reforma política por conta e culpa do PT, do Partido dos
Trabalhadores, que derrubou, não permitiu que o nosso Parlamentar, que foi
Vereador conosco, o hoje Deputado Fontana, que presidiu com muita competência a
Comissão da Reforma Política, aí colocaram um tal de Vaccarezza lá, que ninguém
sabe quem é, justamente para vir uma pífia reforma que até agora, da reforma,
só não permite que sejam pintados muros da iniciativa privada, muros privados.
Quer dizer, ridícula minirreforma: de mini não tem nada e de reforma muito menos!
Então, o Jango já, há tantos anos, em 1963 e em meados de 1964, já preconizava
reformas e, por isso, foi derrubado e por isso foi...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. NEREU
D'AVILA: ...Para concluir, nada como um dia depois do outro, nada como a calma, o
pó assentado para ver o que realmente aconteceu. Hoje, se tem certeza de que
Jango estava certo: as reformas que ele queria era para o bem do Brasil. Então,
aquele que dizia que ele era fazendeiro, que era isso, que era aquilo, não, era
um tranquilo Jango Goulart, um homem que só quis aquelas reformas para o bem do
Brasil e que foi apeado do poder para alguém... Agora, um jornal que domina o
noticiário brasileiro chegou ao extremo de vir pedir perdão por ter apoiado
aquilo que chamavam de revolução e que, de revolução, realmente, não tinha
nada.
Então hoje, para nós, trabalhistas – tanto das
gerações anteriores, como da atual geração, enfim, daqueles que conheceram e
conviveram com Jango –, está sendo resgatada uma parte importante da história
do Brasil. A história de um brasileiro, gaúcho de São Borja, Jango Goulart, que
só pretendia o bem do seu País, está sendo resgatada. Amanhã deve ser recebido,
em Brasília, como Chefe de Estado, porque realmente ele foi um homem de bem.
Por isso, nós, trabalhistas, estamos felizes de que finalmente se faz justiça
ao Jango Goulart, ao trabalhismo e às reformas de base. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 15h34min): Havendo quórum, passamos à
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1960/12 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 164/12, de autoria da
Verª Sofia Cavedon, que
altera a ementa e o art. 1º da Lei nº 10.833, de 11 de fevereiro de 2010,
estendendo às áreas de lazer das escolas do Município de Porto Alegre a
instalação de, no mínimo, 1 (um) equipamento para lazer e recreação infantil
adaptado a crianças com deficiência física ou mental.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Elizandro Sabino: pela
manutenção do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto,
rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto,
aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 31-10-13
(quinta-feira);
- discutiram a matérias os
Vereadores Sofia Cavedon, Alberto Kopittke, Fernanda Melchionna, Idenir
Cecchim, Clàudio Janta, Mônica Leal, Delegado Cleiton e Séfora Mota, em
06-11-13.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão o PLL nº 164/12, com Veto Total.
(Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra pra discutir o PLL nº 164/12,
com Veto Total, por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quis fazer
essa discussão – ia apresentá-la no microfone de apartes – e quero agradecer ao
Ver. Pedro Ruas pela cedência do espaço, porque eu estou de fato inconformada e
não estou sozinha nessa inconformidade com a postura do Governo Municipal em
relação à iniciativa deste Legislativo.
Na quinta-feira – hoje é quarta –, há menos de uma
semana, eu entrei na Internet com uma petição pública, Ver. Tarciso, pedindo
que as pessoas a assinassem: quem concordava com que fosse lei – portanto, que
não fosse aceito o Veto do Sr. Prefeito Municipal, na pessoa do Vice-Prefeito,
Sebastião Melo – a obrigatoriedade que as escolas no Município de Porto Alegre,
portanto todas as redes de ensino, coloquem pelo menos um brinquedo adaptado no
seu playground. E nesses dias, nós já
temos 551 assinaturas de pessoas se manifestando, abrindo o tema, olhando qual
a questão e assinando! As pessoas estão se manifestando pelas redes sociais. E
nós, dessa maneira, também daremos a elas, Ver. Brasinha, o retorno de como
esta Casa vai se posicionar em relação ao Veto do Sr. Prefeito.
E eu quero, por ser uma das últimas falas, então,
repassar alguns pontos. Primeiro, o projeto é de agosto de 2012, ele já tem um
ano e dois meses de tramitação nesta Casa. A ideia, portanto, não nasceu com
esse Governo Fortunati.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa. permite um aparte?
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Desde que seja atinente ao tema, por favor.
O Sr. Alceu
Brasinha: Exatamente. Eu quero saber se a Vereadora, que está ausente no painel,
pode fazer discurso na tribuna.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Muito obrigada, Ver. Brasinha. O senhor não me entendeu, não é? Eu estou
pedindo, Presidente, que assegure o meu tempo, porque o Vereador,
lamentavelmente, só atrapalhou o meu raciocínio, em um detalhe bobo, porque
estou nesta Casa desde as 14h, já fiz discussão de Pauta inclusive, e eu acho
muito grave o tema que nós estamos tratando aqui. Grave, porque essa norma
proposta por mim, Ver.ª Séfora, que preside a Frente Parlamentar, foi proposta
a partir do conhecimento da lei do Ver. Waldir Canal, quando detectamos uma lei
que não estava sendo cumprida – vejam, de origem do Legislativo, senhores –,
Ver. Paulo Brum. O Ver. Waldir Canal propôs e a lei foi sancionada pelo
Prefeito à época: que as praças desta Cidade tenham um brinquedo adaptado. Ao
detectar isso, e nós estávamos com o Fórum pela Inclusão Escolar nesta Casa,
com os debates da Semana da Pessoa com Deficiência, que a gente vem fazendo ano
a ano, Ver. Tarciso. Todos os anos esta Casa acolhe este debate, acolhe o Fórum
de Inclusão Escolar; fizemos a luta contra o fechamento das Escolas Especiais.
Então, não é gratuito, não é oportunismo. Não é estar roubando ideia da
Secretária, como alguns acham. Não é estar se apropriando do tema, como alguns
dizem. É resultado de trabalho, de insistência.
Nós publicamos, em 2011, o livro das leis, dos
direitos da pessoa com deficiência, na minha gestão – todas as leis, num
livrinho; e ali estava esta lei, Ver. Waldir Canal, a sua lei. Uma das leis não
atendidas, não cumpridas. E esta Vereadora, no ano passado, no meio do ano,
propôs extensão para a escola. Não é este ano, não é invenção de última hora,
não é porque a Vereadora viu que a Secretária faz que vai se apropriar da
ideia. Então, vamos limpar esta primeira parte.
Segunda parte de confusão: nós já fazemos, a
Vereadora não tem que determinar, porque isso já está sendo feito.
Primeiro, não se faz uma lei para uma gestão
determinada, se faz uma lei para uma política permanente. Trocou o gestor,
trocou a Secretária, trocou o Prefeito; vem novo Prefeito, nova Secretária, e
tem que valer para a Cidade, para as novas escolas.
Segundo: esta legislação não é para o Município de
Porto Alegre, só para as escolas do Município; é para as escolas no Município,
portanto é para as escolas estaduais também, para as escolas privadas também,
porque eu fiz uma legislação sobre alimentação saudável na escola e ela vale
para as escolas privadas. E a SMIC cobra das escolas privadas! Nós legislamos
sobre todas as escolas que estão no território. Portanto, esta legislação não é
tacanha, só para as escolas municipais, só para determinar ao Prefeito algo a
fazer.
Limpei isso. Gostaria de dizer, senhores e
senhoras, que considero, portanto, um veto político, uma iniciativa da
oposição, um veto que penaliza o movimento de inclusão, um veto que penaliza as
crianças e adolescentes.
O Sr. Tarciso
Flecha Negra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Sofia, eu a
estava ouvindo atentamente e, pela sua fala, eu, Ver. Tarciso, do PSD, digo que
o seu projeto tem o meu apoio e o meu voto. Obrigado.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Muito obrigada pela tua coerência e a tua coragem, Ver. Tarciso.
Então, eu faço, por fim, um último apelo: o que
errou o Prefeito, errou, é um erro, é um erro político, é um erro técnico.
Espero que esta Casa mantenha o seu voto quando aprovou o projeto, derrube o
veto e determine a legislação para além dos governos, para além da rede pública
estadual, municipal, também para a rede privada e para o bem das nossas
crianças e adolescentes que possuem alguma deficiência.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir o PLL nº 164/12, com Veto Total.
(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, público que nos assiste, quanto à questão do mérito do projeto da
Ver.ª Sofia, é incontestável. Agora, a Vereadora é adulta e, às vezes, faz um
discurso de criança para tentar – desculpe – sensibilizar algumas pessoas.
Porque, se não é pelo pensamento de Vossa Excelência... V. Exa. diz que é uma
grosseria política e um erro técnico, e eu quero ficar na grosseria política e
no erro técnico. O Ver. Cassio estava falando comigo e comentávamos que isso poderia
ser corrigido quando V. Exa. esteve, por uma legislatura inteira, como
Secretária da Educação.
A Sra. Sofia
Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Um ano e dois
meses.
O SR. PROFESOR
GARCIA: E por que não o fez? Ou, naquela época, não era uma boa ideia, e agora
é? Bom, essa é a primeira questão.
Segundo, Vereadora, V. Exa. está colocando para
todas as escolas, e há escolas que não têm crianças com deficiência. Mas é uma
questão de inclusão. Ora, V. Exa. sabe muito bem que a questão da inclusão é
algo que está sendo muito discutido. Por exemplo, há um movimento nacional que
acha que a inclusão, da forma como está sendo colocada, é muito mais uma
exclusão, porque depende do tipo de deficiência. Por exemplo, colocar alunos
surdos numa escola em que os profissionais não souberem Libras não funciona, V.
Exa. sabe bem disso. E é por isso que, naquelas escolas onde estão os surdos,
todos os funcionários, desde a merendeira, o servente, têm curso de Libras,
porque isso evolui melhor. Porque senão aquela criança se torna vítima de
bulling, porque chega dentro da sala de aula e acaba não conseguindo
acompanhar. Tivemos casos recentes – V. Exa. está lembrada? Na nossa comissão,
há dois anos, como aquele caso da ACM, onde havia 200 alunos, e, desses, mais
de 120 tinham deficiência mental, com déficit de aprendizado; e os pais dos
ditos normais tiraram os seus filhos do colégio porque disseram que a sala
estava lenta. Então, essa discussão da inclusão/exclusão é bem maior do que um
plano de colocar equipamento ou não colocar equipamento. Agora, não podemos
reduzir a conversa a esse seu diagnóstico de “olha, o Prefeito está errado. É
um ato político contra mim, contra a oposição”. Não é isso. Um erro técnico
também não é. Naquelas escolas – e a Secretária de Educação já falou para V.
Exa. – onde já existem alunos com deficiência, está sendo colocado. Que bom!
Senão é a mesma coisa que querer que, em casa, coloquemos uma cadeira de rodas
para fazer uma inclusão porque, algum dia, alguém pode ficar debilitado
momentaneamente. Não é isso, gente!...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento)
O SR. PROFESOR
GARCIA: ...não é isso! Agora, é muito simples vir aqui e dizer que o Veto é
político contra a senhora. Quantos projetos a senhora teve aprovados nesse ano?
Porque nós temos aqui, sim, a discussão de oposição e situação, mas nós sabemos
também o seguinte: que, em princípio, o que se busca, dentro da política, é o
bem comum, e, se é buscado o bem comum, aquilo que é bom vai ser bom para
todos. Agora V. Exa. está dimensionando para todos e sabe que é uma questão de
caixa. Eu volto a dizer: se fosse tão bom e houvesse capacidade de
investimentos, por que V. Exa. não o fez quando foi Secretária de Educação? Eu
gostaria que a senhora subisse na tribuna e colocasse para a população, para
aqueles que estão assinando, e dissesse: “Olha, quando eu fui Secretaria, eu
não tinha...”
A Sra. Sofia
Cavedon: V. Exa. permite um aparte?
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Eu não vou lhe dar um aparte. A senhora pode pedir para outro se
inscrever, porque o meu tempo está finalizando.
Mas V. Exa. podia dizer: “Olha, eu não me lembrei,
ou, na minha época, não tinha crianças com deficiências mentais ou físicas, só
agora está acontecendo isso no mundo”. Ora, nós vamos ter que dimensionar de
outra forma, senão, eu volto a dizer, parece aquela criança que não ganhou o
pirulito e fica reclamando. Então não é questão de ordem política e não é
questão ordem interna. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLL nº 164/12, com Veto Total, por cedência de tempo da Ver.ª
Lourdes Sprenger.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, vejo que o Ver.
Professor Garcia desceu da tribuna e a Ver.ª Sofia já o interpelou. Acho que a
discussão é muito boa, mas o Ver. Professor Garcia disse uma grande verdade: e
no tempo deles? Ou e no tempo dela, quando foi Secretária? Ela já explicou, e
acho que foi muito pouco tempo, um ano e dois meses. É pouco tempo para quem
entende tanto de Educação. Acho que o seu governo a aproveitou mal, Vereadora.
Poderia ter-lhe dado mais tempo, poderia ter-lhe dado mais tempo como
Secretária da Educação. Quem sabe muita coisa teria sido feita pelo seu
governo!
Eu acho que nós temos uma boa proposta para fazer
aqui desta tribuna, Ver. Professor Garcia: a Ver.ª Sofia Cavedon convence o seu
governo, do Tarso Genro, e põe em todas as escolas estaduais, e, quando isso
acontecer... Eu não falei com a Secretária da Educação – a Ver.ª Sofia parece
falar mais do que eu – mas, quando as escolas estaduais do Governador Tarso
Genro no momento... depois, se quiserem seguir com outros... certamente não
será o mesmo governo daqui a dois anos, mas quando tiverem, em todas as escolas
estaduais, a instalação desses equipamentos, eu garanto e asso o meu dedo, se
não for cumprido, que as escolas municipais também terão. Quando o governo da
Ver.ª Sofia colocar, nós vamos também colocar nas escolas. E outra coisa que eu
diria: para atender a essas pessoas com necessidades especiais, acho que todos
nós temos que ter comprometimento; não há necessidade de ter lei para isso, tem
que ter comprometimento e cuidar. Isso é obrigação de todos os entes, público e
pessoal, essa é uma coisa pessoal de todos nós, de cuidar de quem precisa, de
quem tem necessidades especiais ou de qualquer pessoa. A educação é obrigação,
não devia ser lei, não precisaria estar escrito. Não precisaria estar escrito!
O dever de educar e cuidar das crianças e das pessoas que precisam tem que ser
obrigação moral, não precisa ser obrigação política. Então, por que, a cada
detalhe, tem que fazer uma lei? Agora, fazer uma lei depois que as coisas já
estão sendo feitas, aí fica muito fácil, e nessa eu acho que nós não podemos
perder muito tempo. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir o PLL nº 164/12, com Veto Total.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel; Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, realmente, fico só olhando e olhando, Ver. Villela. Vou começar
somente a cuidar o que está acontecendo de bom para copiar e fazer projeto. É
melhor. Vou começar somente a olhar.
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: Com todo o respeito que tenho pela senhora, Vereadora, mas a senhora
esteve por 425 dias de Secretária no Município – um ano e dois meses, que ela
falou –, será que não deu para ela pensar num projeto com esses detalhes que
ela apresentou? Será que a Vereadora, por 425 ou 426 dias, quem sabe usasse...
O senhor imagina, Ver. Professor Garcia, tem 425, ela podia contar um, dois,
três, quatro, cinco, lá no 30º dia ela poderia imaginar fazer o projeto, Ver.
Pujol. Eu realmente fiquei espantado porque já existe este trabalho, Ver.ª
Séfora, já tem. Essa Secretária, a Cleci, é uma Secretária extraordinária e
competente, trabalha para todos, não só para o Partido dela, é uma gestora que
realmente merece o respeito por ter feito este projeto que está funcionando
muito bem. Eu não sou contra, nem meu Partido, nem minha Bancada é contra,
Vereadora, é a favor, mas se já existe, Vereadora, por que vamos fazer um
projeto de lei se já existe?
A Sra. Sofia
Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) O senhor sabe
quantas praças existem na cidade de Porto Alegre?
O SR. ALCEU
BRASINHA: São mais de 600.
A Sra. Sofia
Cavedon: Muito obrigada. Então, o projeto de lei que emendo é de fevereiro de
2010, de autoria do Ver. Waldir Canal, sancionado pelo Prefeito José Fogaça,
pelo Secretário do Meio Ambiente, Ver. Professor Garcia. Existem mais de 600
praças no Município. O Ver. Waldir Canal prevê que em todas as praças tem que
ter um brinquedo adaptado. E não houve problema na época, Ver. Professor
Garcia! Não houve problema de sanção, nem de autoria, nem de recurso, nem de
nada. Fogaça e Garcia, eu quero entender qual é o problema, se não é veto político.
Político, Professor Garcia!
O SR. ALCEU
BRASINHA: Vereadora, me responda uma pergunta: por que a senhora não implantou
esse projeto quando a senhora esteve esses 426, 425 dias no Governo? Por quê,
Vereadora? Será que não tinha deficientes naquela época? Será que não tinha? Eu
acho que a senhora tinha toda a liberdade, a senhora foi Secretária de um
Governo que esteve 16 anos, Vereadora! Se me dessem oportunidade de ser
Secretário, imediatamente eu implantaria esse projeto.
A Sra. Sofia
Cavedon: Posso lhe responder com outra pergunta: se tivesse eu feito isso, será
que não teriam feito escolas depois que esta Vereadora saiu da Secretaria?
Muitas. E se não tivesse lei, não tivesse vontade política, não tinha problema
de não se fazer? Eu quero dizer, Ver. Brasinha, que eu aceito ser cobrada por
não ter feito. Nós fizemos outras coisas noutra época: fizemos escolas
especiais, fizemos as salas de integração e recurso. A nossa rede é a que mais
inclui, porque investimos muito em inclusão, muito! Não fizemos esse detalhe do
brinquedo. Aceito a crítica; agora eu gostaria que virasse norma para todos os
Secretários de todas as esferas.
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Para concluir, Vereador, porque o seu tempo
esgotou.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Obrigado, Sr. Presidente, mas eu quero dizer para a Ver.ª Sofia que ela
perdeu tempo em não ter feito. Perdeu tempo! Se tivesse feito, não teria esse
problema de hoje. Então, Vereadora, eu quero dizer que estou inteiramente
satisfeito com a Secretária Cleci, que tem feito um trabalho extraordinário.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Waldir Canal está com a palavra para
discutir o PLL nº 164/12, com Veto Total.
O SR. WALDIR
CANAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu vejo o debate que
está instalado na Casa já há duas semanas a respeito da Emenda que a Vereadora
faz a uma lei de minha autoria, a Lei nº 10.833, que trata sobre a determinação
de instalação nas áreas públicas, destinadas ao lazer e à recreação no
Município de Porto Alegre de, no mínimo, um equipamento para lazer e recreação
infantil adaptado para as crianças com deficiência física ou mental. Pois bem,
eu quero dizer, Vereador, que eu, analisando a sua Emenda e analisando a
situação atual, conversando com a Secretária Cleci, que já vem colocando os
equipamentos nas praças – a senhora mesmo testemunhou isso –, eu acredito que a
Lei 10.833 se encontra contemplada porque o conceito de áreas públicas abrange
as escolas públicas. É um bem público; é um próprio público as áreas de
recreação dentro das escolas. A nossa Secretária tem cumprido a Lei nas escolas
em que têm crianças com deficiência. Não são todas as escolas que têm crianças
com deficiências matriculadas. No orçamento deste ano já estão gravados, por
Emenda deste Vereador, recursos para colocação de brinquedos adaptados nas
praças da Cidade, que também são locais públicos. No final de semana, nós
sabemos que as escolas têm o Programa Escola Aberta em que a comunidade inteira
participa, vai lá, usa os brinquedos, as quadras de esporte. Eu, Vereadora,
também encontrei uma questão aqui – já vou até adiantar o meu voto, vou votar a
favor do Veto porque eu entendo que, quando a senhora diz no Município de Porto
Alegre, incluímos as escolas privadas. As escolas privadas têm que ser
orientadas, determinadas pelo Conselho de Educação. Um deputado estadual não
pode fazer uma lei obrigando o Prefeito a fazer alguma coisa aqui dentro do
Município por causa da reserva legal de competência, uma esfera diferente da
outra. A questão das escolas estaduais, eu entendo que deva ser controlada,
determinada, fiscalizada pela Secretaria Estadual de Educação. Então, existe
uma questão de competência. O Prefeito não vai obrigar o Governador a fazer
isso nas escolas estaduais. Então, por esse motivo, eu entendo que existe já o
cumprimento desta Lei nas escolas. Para as praças do Município, nós fizemos a
Emenda. Precisa ser colocado que não existe brinquedo nas praças públicas.
Havia um, no Parcão; se não me engano, foi colocado pela empresa Coca-Cola e se
deteriorou. Não foi colocado mais nenhum. Eu não tenho notícia de um brinquedo
adaptado nas praças de Porto Alegre, não existe, mas nas escolas existem.
Então, existe uma falha? Existe, porque esses brinquedos não são tão caros
assim, os brinquedos adaptados, pelo menos um, dá para se colocar. A SMAM tem
que ter um projeto objetivo que possa atender a essa lei. Eu entendo a intenção
da Vereadora, mas é uma Emenda que entendo já estar contemplada. Então, eu até
já vou encaminhar meu voto, vou votar mantendo o Veto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Apregoo o Memorando nº 30/13, de autoria do Ver.
Valter Nagelstein, que solicita representar esta Casa no evento de entrega das
chaves da unidade móvel do Procon Municipal de Porto Alegre, nesta Capital, no
dia 13 de novembro, às 15h.
O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para
discutir o PLL nº 164/12, com Veto Total.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Boa-tarde a todos e todas, este debate do Veto, desde que ele entrou
aqui na Ordem do Dia, eu tenho acompanhado, não fiz nenhuma fala, porque, de
uma certa forma, não acreditava, como foi um projeto aprovado aqui na Câmara,
entendia que isso seria uma sequência, que, naquela votação, os colegas
Vereadores e Vereadoras teriam se sensibilizado com o tema. No entanto, agora,
com o Veto, vem a posição do centro do Governo de que deve ser derrubada essa
lei através do Veto.
Até perguntei mais de uma vez para a Ver.ª Sofia se
estabelecia um prazo, se obrigava as escolas e colocava um prazo; ela me
confirmou que não tem um prazo. Realmente, não tem um prazo. Então, por si só,
isso já deixa o projeto, digamos, do ponto de vista da gestão pública, muito
aceitável, quer dizer, um projeto que vai obrigar a ter um brinquedo em cada
escola sem um prazo para a colocação; portanto, a discricionariedade
administrativa está contemplada, podem colocar esses brinquedos quando as
escolas estaduais colocarem, como o Ver. Cecchim comentou; querem aguardar, mas
esse argumento me assusta um pouco. Significa que há condições de colocar os
brinquedos, mas que vamos esperar o Governo do Estado colocar para depois o
Município colocá-los. É esse o argumento? Desculpem, mas esse argumento é de
uma contradição incrível!
Vamos obrigar as escolas estaduais a terem os
brinquedos também! Esse debate pode ser feito aqui, mas não apresentada a
obrigação de uma lei estadual. Então, que se faça isso lá na Assembleia
Legislativa.
Outra questão que o Ver. Canal traz sobre essa
questão, de que as escolas estariam compreendidas dentro das áreas públicas, a
Ver.ª Sofia fez um comentário de que a Lei favorece e evita essas questões
interpretativas.
Eu, sinceramente, às vezes, tenho dificuldades de
entender como sendo áreas públicas de praças as escolas! E, nesse conceito
amplo, aqui também estaríamos numa área pública, na Câmara de Vereadores também
teríamos que ter um brinquedo adaptado!
Não vejo por que não, Ver. Canal, colocarmos, no
mínimo, uma determinação que esclareça, do ponto de vista interpretativo.
Então, fico muito espantado também por outra
situação, que seguido se repete aqui, na tribuna, que é uma comparação com os
outros Governos, uma comparação com os 16 anos da gestão do PT, aqui, na
Capital. Ver. Brasinha, V. Exa. que gosta tanto de contar em dias, o que temos
aqui é o que podemos aprovar neste momento. Se nós ficarmos comparando, então,
tragam também o que foi feito, e não só o que não foi feito.
O Sr. Waldir
Canal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para contribuir
com o debate: são áreas públicas destinadas a lazer e recreação, não é qualquer
área pública! Só fazendo esta ressalva.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Perfeito. Mas em parques e praças, como diz a Vereadora.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu sou um dos que
reconheço os bons projetos. Eu reconheço até os do próprio Tarso, como o da
segurança, reconheço. Mas por que a Vereadora não propôs este projeto? É isso
que eu falo, não estou falando mal dos 16 anos que vocês ficaram na Prefeitura
Municipal.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Agradeço pelo aparte, e é justamente nessa linha. Agora, digamos que
por ela não ter proposto no período em que foi Secretária de Educação no
Município, não podemos agora aprovar a Lei? É esse o raciocínio ilógico que se
faz aqui? Com mil desculpas, e com todo o respeito, parece-me de uma
precariedade incrível esse argumento.
Então, eu quero convocar aqui, já que somos um
poder, junto com o Poder Executivo, e representamos a Cidade. Muito bem, vamos
estar à altura de sermos um poder e, no mínimo, dizer para o Município que é
uma obrigação termos, na escola, um brinquedo adaptado. Qual é o problema
disso? Parece-me que o argumento central é o que vem do núcleo do Executivo: um
veto político de autoria. Eu quero repetir que não há prazo no projeto,
portanto, é uma política que vai transcender os governos; se este Governo não
conseguir fazer agora, fica para o próximo. Mas negar totalmente, parece-me uma
irracionalidade tremenda que poderá ser cometida, hoje, aqui. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 164/12, com Veto Total.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, meus colegas Vereadores e Vereadoras, boa-tarde.
Prezada Ver.ª Séfora Mota, a senhora, que está na primeira legislatura nesta
Casa, ainda vai ver muitas contradições sendo apresentadas neste plenário. Esta
Casa discutiu e aprovou um projeto que apresenta um desenho da Cidade que
queremos. E nós estamos aqui, Brasinha, diferentemente do seu discurso, para
fazer uma Cidade inclusiva, uma Cidade que não seja reacionária, que separe,
que negue, e é este o debate que nós estamos fazendo, neste momento, aqui. O
que diz o projeto da Ver.ª Sofia Cavedon, que foi Secretária de Educação nesta
Cidade, que coordenou a implantação das primeiras escolas especiais no
Município de Porto Alegre e nas demais Capitais brasileiras? Ela sugere, num
projeto aprovado por esta Casa, que as escolas tenham brinquedos adaptados para
crianças com deficiência.
Pais e mães que estão nos ouvindo, neste momento,
ao verem seu filho com deficiência, na escola, querendo brincar com as outras
crianças, sendo excluído. O que os Vereadores desta Casa – e aqui é o Brasinha,
são os outros...
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa. permite um aparte?
O SR. ENGº
COMASSETTO: Não vou lhe dar um aparte, Ver. Brasinha, neste momento não vou lhe
dar! Vem aqui a esta tribuna fazer esta afirmação, que é uma afirmação política
da Cidade. Eu teria vergonha na cara de vir aqui fazer essa defesa. Por que o
Prefeito mandou vetar? Eu não acredito que o Fortunati tenha essa leitura, até
porque eu conheço a formação do Fortunati como humanista, conheço a militância
do Fortunati, neste momento, como Evangélico, e isso não é uma postura de
Evangélico, Ver. Elizandro Sabino. Essa é uma postura que exclui. A Ver.ª Luiza
Neves, que representa nesta Casa a bancada Evangélica, entre outros; Ver. João
Carlos Nedel que representa nesta Casa a bancada católica apostólica romana –
esta é a sociedade que nós queremos, uma sociedade da segregação, uma sociedade
da negação? Não acredito que seja isso. Esse projeto que determina que as
escolas tenham brinquedos adaptados para as crianças com deficiência, e temos
inúmeros tipos de deficiências, como os cadeirantes. Por que a criança
cadeirante não pode andar num escorregador ou num balanço? Com um equipamento
adaptado que tenha a segurança para ele utilizar este brinquedo. Uma criança
que tem uma deficiência, que não tenha um braço, ela não poderá brincar em
equipamentos que exijam os dois braços, mas poderá se houver uma adaptação que
corrija essa deficiência. Então, aqui nós não podemos fazer, colegas
Vereadores, de um tema como este, um debate de disputa político-partidária! É
um equívoco essa leitura. Eu, muitas vezes, inclusive, fiz debates sérios com a
minha bancada, quando nós tínhamos divergências em alguns temas do Governo, mas
construímos consensos apoiando o projeto do Governo, porque entendíamos que era
um projeto de cidade, e cidade não se faz numa disputa do dia a dia, de
oposição com situação. Eu não acredito que haja um Vereador aqui, de sã
consciência, que seja contra a que as escolas deem igualdade de direitos às
crianças normais e às com deficiência – este projeto vem para construir essa
possibilidade. Podemos discutir, depois, todas as formas para construir, seja
hoje, amanhã, ou daqui a cinco anos. Só constrói quem propõe. Grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver. Engº Comassetto.
O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir o PLL nº 164/12, com Veto Total.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Nedel, na presidência dos trabalhos, eu vi a
Ver.ª Sofia Cavedon falar, ainda que baixinho, o seguinte: “Quero ver só se o
Vereador apoia o meu projeto”. Se nós observarmos, ultimamente V. Exa. não tem
votado comigo, votou contra o projeto que estendia aquela condição dos prédios
inacabados – mas não tem problema nenhum. Nesta vida, nós vamos tateando, vamos
levando. Vereadora, primeiro: peço que não se assuste, eu vou votar com a
senhora, e vou lhe explicar por quê. Os projetos, hoje, que têm vício de
iniciativa, podem atender às expectativas dos Vereadores, se nós fizermos
aquela indicação no nosso Regimento, que foi uma luta que se enfrentou aqui,
desde o início do nosso mandato, quando eu também não aceitava a ideia de que
não se podia fazer projetos autorizativos. Hoje nós
temos um instrumento, que é a indicação. É uma indicação oficial, ela é
debatida aqui no Plenário e o sentimento dos Vereadores vai acompanhando a
indicação. Portanto, nós não estamos mais brecados nessas questões que
expressam o sentimento dos Vereadores e a necessidade da sociedade.
Agora, eu vou pedir a
compreensão dos demais Vereadores, por que eu vou votar favoravelmente ao
projeto e pela derrubada do Veto. Eu já estou completando nove anos aqui nesta
Casa, e nós podemos contar na Cidade as praças bem cuidadas. Na grande maioria
das praças, nós precisaríamos de uma reforma, de um cuidado melhor, limpeza.
Não há dúvida de que temos também um problema de educação do povo. Não há
dúvida disso. Não dá mais! É um sacrifício! As pessoas querem adotar as praças.
Os vizinhos querem tomar conta das praças e cuidar das praças, e não há
condições, não conseguimos! Então, meus colegas, vou votar pela derrubada do
Veto, Ver. Sofia Cavedon, quase ou muito mais, neste momento, como protesto,
porque eu também, Vereadora, não consigo admitir que precisasse alguém propor
um projeto tratando de equipamentos de lazer e recreação para pessoas com
deficiência. Então se os homens que estão administrando essas Secretarias não
tinham que já terem se preocupado com isso? E isso não é de agora também. Aí
nós buscamos lá de outros governos que passaram, então essa deficiência é
cultural! Ela é cultural! Então nós precisamos usar esta tribuna para tentar ao
menos expressar o nosso sentimento. Ela é cultural. Nós não estamos mais
valorizando as nossas praças. Nós não estamos mais valorizando os nossos
clubes, e aqui vou falar outra coisa: os clubes também. Os nossos clubes
tradicionais da Cidade estão marginalizados, porque os vizinhos foram morar no
seu entorno e não admitem barulho – mas quando foram morar ali sabiam que ali
era um clube. Então a maioria dos nossos clubes está falido, porque não podem
fazer uma festinha, a partir das 22h chega o poder público batendo na porta
pedindo para baixar o volume, enfim. Claro que tem que ter meio-termo,
equilíbrio, bom senso de todos, não há dúvida. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para discutir o PLL nº 164/12, com Veto Total, por
cedência de tempo do Ver. Guilherme Socias Villela.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, primeiramente, quero agradecer ao meu querido amigo Villela, que me
oportuniza vir falar, pois eu só queria um aparte do Ver. Comassetto, que gosta
de pedir aparte, mas não gosta de dar. O Ver. Comassetto pode ter um discurso
maravilhoso, mas ele é deselegante quando não dá aparte. Eu dou aparte para
todo mundo, Ver. Pedro Ruas, o senhor sabe, mas o Ver. Comassetto, podendo dar
aparte, não dá! O que ele tem de melhor? Só porque ele tem um discurso muito
afinado? Ou ele tem medo de dar aparte para as pessoas? Então, Ver. Comassetto,
eu venho aqui em repúdio ao senhor por não ter me dado aparte. E o senhor tem a
mania de sempre me pedir aparte e eu sempre lhe concedo. Então o senhor pense
mais nas suas atitudes, porque realmente são deselegantes.
O Sr. Mario Manfro: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Brasinha. Em primeiro lugar,
eu quero iniciar esse pequeno aparte elogiando o discurso do Ver. Sgarbossa.
Foi um discurso coerente, realmente bem colocado; quase me convenceu. Só não me
convenceu por um pequeno detalhe, pelo o que o Ver. Bernardino Vendruscolo
colocou. Será que há necessidade de um projeto desses? Não há necessidade de um
projeto desses para que se instalassem equipamentos para pessoas com necessidades
especiais. Realmente não há necessidade, porque já está sendo feito. O que já
está sendo feito nas escolas públicas é notório. As escolas públicas municipais
já estão gradativamente recebendo, graças à Secretaria, enfim, os equipamentos
a que se refere o projeto da Vereadora.
O SR. ALCEU BRASINHA: Com certeza, Ver.
Mario Manfro. Eu sempre falo que, se está sendo feito, Ver.ª Sofia, o Governo
deveria ser aplaudido. Deveríamos aplaudir a Secretária que tomou essa atitude
sem lei. A Secretária foi eficiente e pensou nas pessoas que realmente têm
deficiência. Então, eu acho que não precisava de lei, Vereadora. Eu acho que a
lei que a senhora apresentou é importante, mas não tem necessidade de lei,
porque já está acontecendo, Vereadora. Se não estivesse acontecendo, eu era o
primeiro a votar favoravelmente junto com senhora.
A Sra. Sofia Cavedon: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Apenas, Ver. Brasinha, quero dizer a V. Exa.
que votemos, então, para que só as escolas estaduais os tenham. Essa lei é para
as escolas estaduais e também para as privadas que fazem inclusão. Mas esta
Vereadora gostaria que apresentassem a lista de escolas que têm brinquedos
adaptados. Gostaria que o Governo apresentasse a lista e, de preferência, as
imagens, porque, na sequência, vou ir a todas as escolas e vou apresentar aos
Vereadores, porque esse é papel do Parlamento.
O SR. ALCEU BRASINHA: Vereadora, tenho
certeza absoluta, que a Secretária Cleci, que é uma Secretária eficiente, ela
não esconde nada, vai mostrar automaticamente, porque é uma Secretária que
pensa nas pessoas que mais precisam. Quem de nós é contra? Ninguém de nós,
ninguém! Acho que projetos bons que acontecem sem projetos de lei, Ver.
Villela, têm que ser aplaudidos. Foi uma atitude do Governo, uma atitude da
Secretária, e isso tem que ser aplaudido! Nós não podemos só olhar, é bom,
vamos fazer uma lei.
Então, quero dizer
que, realmente, eu não vou votar junto com a senhora, vou votar pela manutenção
do Veto, porque já existe. Se não existisse, eu estaria junto com a senhora,
professorona. Obrigado, senhores.
E gostaria de dizer
ao Ver. Comassetto, que gosta de pedir apartes, que pense melhor quando V. Exa
for pedir um aparte, porque, na hora de conceder um aparte para nós, o senhor
não dá. Então, volte a pensar novamente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Ver.ª Séfora
Mota está com a palavra para discutir PLL nº 164/12, com Veto Total, por
cedência de tempo do Ver. João Derly.
A SRA. SÉFORA MOTA: Boa-tarde a todos e a
todas, sempre que se falar em temas relevantes... Eu sou uma pessoa que não usa
muito a tribuna, prefiro não usar muito. Às vezes, a gente escuta muita coisa
fora de hora, fora do contexto e sem necessidade. Eu acho que a gente tem que
procurar produzir um pouquinho mais, e a minha vida é assim: eu preciso
produzir, eu tenho necessidade disso, senão, a minha vida não está valendo
muito a pensa e o meu trabalho também não. Mas eu, ouço todos os colegas e
respeitos cada um; que vocês respeitem também as poucas vezes que eu venho
aqui. E, às vezes, eu faço alguma crítica, claro que de maneira geral, porque
estamos sempre prontos para pensar. Essa lei, se não me engano, foi votada na
Semana da Pessoa com Deficiência. Entristece-me bastante, naquela semana, ela
ter sido aprovada com Vereadores fazendo a defesa, porque é realmente
necessária. A Prefeitura está fazendo, o Governo tem boa vontade de fazer, mas
muito, gente, muito ainda precisa ser feito para que se tenha inclusão, porque
nós não temos, e isso é básico. Eu sempre falo como mãe, como uma mulher
apaixonada que sou, porque eu gosto de gente, gosto de bicho, e eu, hoje, mais
do que nunca, luto pela causa das pessoas com deficiência. Então, eu acho que
um tema tão importante, em que nós, enquanto sociedade, deixamos tanto a
desejar para a melhoria de vida dessas pessoas, para essas pessoas se colocarem
realmente como cidadãos, porque essas pessoas estão simplesmente invisíveis
perante a sociedade. Então, naquela época, foi muito feliz, foi muito bonito, e
hoje se discute, levantam-se vários questionamentos de competência, disso e
daquilo. Gente, eu acho que a gente tem que começar a fazer. Não importa se a
Sofia Cavedon não fez isso antes ou se não fui eu que tive a ideia; eu acho
que, quando a coisa é boa, quando é para o bem do povo e, principalmente das
pessoas com deficiência, que são pessoas que não conseguem estar nem nos mesmos
lugares que nós... Nesta Casa mesmo, eu já pedi uma reunião com o Dr. Thiago,
porque a gente precisa rever a questão da acessibilidade aqui dentro. E hoje o
meu pensamento e o meu olhar é todo voltado para isso. A inclusão é muito
importante. É muito fácil a gente que não tem contato com pessoa com
deficiência vir aqui e fazer discurso bonito. Eu não me importo se é da competência
de um Vereador, se é da competência do Prefeito ou de quem quer que seja; toda ação que gerar pelo menos uma
discussão, que abrir um debate e alertar para a necessidade de que políticas
sejam feitas e sejam cumpridas, porque tem a lei, nós teríamos as praças
adaptadas. Há em escolas? Em quantas escolas? Na periferia, eu ando muito, eu
sei como é que é, e eu vejo o sofrimento dessas mães para carregar os filhos,
para tentar dar uma vida digna, dar uma vida de cidadão. Eu sempre digo que a
gente tem que educar para não precisar de tantas leis, porque, infelizmente, é
preciso uma lei, sim, porque, se não aprovarem a lei, não haverá
brinquedo adaptado, ninguém quer gastar! Foi dito aqui uma vez: “Só tem uma
empresa, que é em São Paulo, que faz brinquedo adaptado”. Claro, não tem
demanda! Então a gente tem que parar com isso, eu acho que a gente tem que
realmente discutir nesta tribuna coisas que vão melhorar a vida do povo. E nós,
como Vereadores, devemos fiscalizar e cobrar. Por que não temos praças adaptadas?
Porque eu passei a vergonha de estar com o Secretário Nacional da Promoção dos
Direitos da Pessoa com Deficiência, um deficiente visual, e chegar em um dos
restaurantes mais caros de Porto Alegre, pedir um cardápio braile e não ter! E
por quê? Até quando a gente vai tolerar? Eu sou uma pessoa cujo mandato não vai
ser baseado em um monte de leis, mas as leis serão relevantes, as que eu
acredito que trarão benefícios à vida das pessoas para que se organizem melhor.
Então, eu acho que temos que pensar um pouquinho mais nessa questão da pessoa
com deficiência, que é muito importante, são pessoas que não são vistas e não
são tratadas, muitas vezes, como cidadãs. Muito obrigada pela atenção de vocês,
eu voto favoravelmente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver.ª Séfora Mota. O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para discutir o PLL nº 164/12, com Veto Total.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
no início desta Sessão, a Ver.ª Sofia Cavedon me consultava se poderia contar
com o meu voto para a derrubada do Veto do Sr. Prefeito. Antes de dizer a ela a
minha posição, ela disse: “Ah não, já sei, tem responsabilidade, é Vice-Líder,
não pode fazer isso”. Eu disse a ela que não é por isso não. Eu devolvi a
Vice-Liderança, mas eu exerço o meu mandato com coerência. Quando da votação
deste projeto, na ocasião, eu votei contra o projeto. E já, na ocasião, se
dizia: “Olha, quem votar contrário é contra as criancinhas, contra os doentes,
etc. e tal”, espalham isso por Porto Alegre. Eu não me preocupava, dizia isso
ao Ver. Paulo Brum, que votou favoravelmente ao projeto, e cuja posição eu
respeito, sei que não é oportunista, votou favoravelmente por coerência. E, na
ocasião, eu fixei, muito claramente, os limites da minha tolerância. Eu já
havia, na Comissão de Constituição e Justiça, votado favoravelmente, junto com
o Ver. Nereu D’Avila, o parecer do Ver. Elizandro, que demonstrava, com toda a
clareza, a inconstitucionalidade deste projeto. E aí, Ver. Tarciso, eu
raciocinei o seguinte: se o Prefeito viesse a sancionar este projeto,
aberrantemente inconstitucional, eu me proporia para, ainda este ano,
apresentar mais de uma centena de projetos de lei, cheios de boas intenções que
tenho, manifestamente ilegais e inconstitucionais, que ferem a separação dos
Poderes. Eu faria isso. Aliás, o projeto da Ver.ª Sofia Cavedon – estou aqui
repetindo o que eu já disse anteriormente – não só é ilegal, é
inconstitucional, como é um péssimo projeto, mal escrito, determinando,
inclusive, que o mesmo se aplique nas escolas do Estado e nas escolas
particulares. É o que está escrito neste projeto.
Convalescer uma proposição dessas é uma aberração,
senhores! E é por isso, não mais do que por isso, que, coerentemente, repetindo
a posição que já tive anteriormente, vou votar contra.
Ademais, como muito bem disse o Vereador que foi
Secretário do Meio Ambiente, este trabalho já vem sendo desenvolvido, com muita
propriedade, por parte da Secretaria da Educação, colocando os equipamentos
onde eles são necessários, Ver. Villela, porque nem todos os colégios, graças a
Deus, têm problemas com deficiência física, com deficiência visual. Nós temos
até que trabalhar no sentido de que não mais se precise ter, na escola,
crianças com essas condições, que se possa, no residual que ficar, se oferecer
escolas especiais para que essas crianças possam ser devidamente educadas.
Então, eu poderia vir aqui e dizer: vou votar a
favor, porque também me preocupo com os deficientes, com os portadores de
deficiência física. Claro que me preocupo, mas não vou fazer ilegalidade, não
vou cometer a sandice de manter um projeto dessa natureza.
Não dá para comparar com o Ver. Canal, que fez um
projeto bem feito e porque fez um projeto benfeito, o teve aprovado. Até porque
teve a tranquilidade e a serenidade de colocar um artigo dizendo que não se
aplicava aos lugares já equipados que não tinham condições de suportar essa
nova colocação; era para as novas situações que surgissem e que esses locais já
equipados seriam objeto de um estudo especial. Um projeto bem feito. O dele foi
aprovado, o dele foi sancionado, por isso está produzindo efeitos.
Então, o projeto da Ver.ª Sofia Cavedon está mal
feito, é inócuo, fala de coisas que o Município já está fazendo e fazendo bem,
legisla numa área na qual ela não pode legislar...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: ...que quer ir muito além do que pode, muito além
do que deve, muito além do que é o correto. Nós temos preocupações com as
crianças nessas condições, nós apoiamos a Secretaria Municipal de Educação no
trabalho bom que já vem fazendo, nós louvamos a iniciativa do Ver. Waldir
Canal, que estendeu isso para todas as áreas de Porto Alegre e o fez de forma
correta, mas nós apoiarmos isso? Não podemos cometer o erro de aprovamos um
projeto mal feito, que não tem outro objetivo senão pegar glórias e dividendos
políticos para uma Vereadora que resolveu agora governar a Cidade, através da
Câmara Municipal, invadindo a competência do Sr. Prefeito Municipal e
consagrando uma anormalidade de querer inclusive dar determinações na área
estadual e na área particular. Projeto totalmente errado, fez bem o Prefeito em
vetar. E não se diga que isso é um absurdo, pois a Dilma veta projetos a toda
hora; o Tarso veta projetos a toda hora, por que o Prefeito de Porto Alegre, na
sua responsabilidade, não pode e não deve fazê-lo? Fez e fez muito bem! Conte
com o meu apoio!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
discutir o PLL nº 164/12, com Veto total, por cedência de tempo do Ver. Mauro
Pinheiro.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu venho a esta
tribuna, novamente, falar sobre esse projeto, porque o nosso papel é fazer
leis, o nosso papel é fazer leis para ajudar a sociedade, porque muitas vezes,
o Poder Executivo acha que está resolvendo de alguma forma. Eu queria que
Vossas Excelências e o público que está em casa nos assistindo se colocassem no
lugar de um pai, de uma mãe que tem um filho portador de deficiência. Fechem
seus olhos por um segundo, 30 segundos, deem um minuto, hoje, da sua tarde,
para esse pai, para essa mãe. Fechem os seus olhos e se imaginem em uma praça,
em uma escola aberta em um fim de semana, com seu filho em uma cadeira de
rodas, ou com uma muleta, ou sem uma perna, sem um braço, ou com o seu filho
cego, o seu filho com deficiência auditiva querendo brincar. Normal, como
qualquer outra criança! Porque esta Casa, a Ver.ª Séfora Mota falou... e não
adianta o Governo ficar sacudindo a cabeça quando um Vereador vem a esta
tribuna, não adianta! Por que esta Casa aprovou este projeto, então? Demagogia
na Semana do Deficiente? Foi demagogia? Porque só um ou outro Vereador votou
contra esse projeto na Semana do Deficiente. Nós fazemos política nesta Casa ou
fazemos demagogia? Nesta Casa nós vamos ao cabresto do Governo, ou temos
vontade própria. E não é o projeto da Ver.ª Sofia, não, porque o Governo sai
correndo para fazer projeto igual. O Ver. Delegado Cleiton apresentou projeto,
o Governo apresentou projeto igual! O Ver. Marcelo Sgarbossa apresentou
projeto, o Governo apresentou projeto igual! E com outros Vereadores também.
Agora me vieram esses dois, de cabeça, que apresentaram projetos e que o
Governo apresentou projeto igual. Ou nós fizemos demagogia aqui na Semana do
Portador de Deficiência? E eu não sirvo para ser demagogo. Qual é a praça, em
Porto Alegre, que tem brinquedo para criança deficiente? Escola, em Porto
Alegre, deve ter uma ou duas, porque isso não é prioridade do governo;
prioridade do governo é dar dinheiro para empresa privada – como no caso do
Cais da Mauá, que o governo dará cento e poucos milhões do governo para uma
empresa privada; prioridade do governo é dar isenção para as empresas de
transporte coletivo, como a que foi aprovada nesta Casa aqui. Agora, dar
brinquedo para criança deficiente... Fechem seus olhos, imagine-se com uma
criança deficiente numa praça perguntando: “Por que eu não posso brincar, pai?”
– não é o seu filho! “Tio, por que eu não posso brincar?” Se esta Casa não
exercer o seu papel, fiscalizando e exigindo que o Executivo cumpra com suas
obrigações, pelo amor de Deus, o que estamos fazendo aqui?! Se nós não podemos
legislar; se nós não podemos dar um conforto para uma criança deficiente; se
não podemos dar dignidade para uma pessoa deficiente, como temos um prefeito
que é Amigo da Criança? Não foi o Prefeito Fortunati que vetou este projeto,
porque o Prefeito Fortunati é amigo das crianças e este projeto é para as
crianças. Este projeto não tem ano, este projeto não tem dia, este projeto não
diz que é amanhã; este projeto diz para a cidade de Porto Alegre respeitar a
criança com deficiência, a criança que terá igualdade na escola, na praça
pública. Igualdade é ter direitos iguais, igualdade é a criança cega, a criança
cadeirante, a criança que usa muleta, a criança surda, poder brincar de igual
para igual com as outras. Esta é a igualdade...
(Som cortado automaticamente
por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Waldir Canal
assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras; pessoas que nos assistem aqui e pela TVCâmara.
Antes de tudo, queria pedir desculpas à Ver.ª Sofia, pelo respeito e admiração
que tenho por ela. O termo que usei de “se adonar” do projeto não foi o mais
exato, o mais correto. Vou dizer para quem está nos assistindo: acho que, desde
que cheguei aqui, foi um dos projetos mais difíceis para eu decidir. Peço
desculpas quanto à avaliação dos projetos, acho que o Ver. Janta misturou os
projetos: o projeto de inclusão em praças é de autoria do Ver. Waldir Canal; o
que estamos discutindo aqui é o das escolas. A rede municipal de educação
compreende 96 escolas. Aqui todos querem brinquedos adaptados, e o Governo
Municipal, que ganhou o prêmio de Amigo da Criança, o Governo Fortunati não vai
deixar de cumprir. Já existe um projeto, já existem adaptações, alguém disse
que não, mas já existem brinquedos adaptados, como os que se encontram nas
Escolas Elyseu Paglioli e Lygia Averbuck. Nós temos um trabalho, a minha chefe
de gabinete trabalha com inclusão, e a Ver.ª Sofia sabe disso. Nós estamos num
processo de iniciação, e o Governo está, sim, Ver. Janta, imbuído nisso. Acho que é
irrelevante quem vai ganhar os méritos deste projeto. Foi uma iniciativa do
Governo? Sim! Mas existe esse sentimento de querer colaborar, que é o
sentimento da Ver.ª Sofia Cavedon, e vou dizer mais aos senhores: eu tinha aqui
vários dados, que não vou ler, mas vou dizer que Porto Alegre é uma das únicas
cidades que ainda tem escolas especiais, e a Ver.ª Sofia sabe disso. Ver.
Janta, Porto Alegre é a única Cidade que tem escola municipal especial. O
senhor sabia disso? É a única Cidade! Poderia ter em Esteio, onde o governo do
PT, e não tem! Só para deixar bem claro. A minha dúvida continua: não sei como
vou votar. Sei que existe uma intenção do Governo Fortunati, sim, e o que está
me deixando mais inconformado – e aí eu levo em consideração o discurso da
Ver.ª Sofia, de transformar isso em política de Estado, porque a política é
muito dinâmica –, e com medo é que amanhã o próprio partido da Vereadora
assuma, novamente, e que não cumpra, porque como já foi dito aqui, no período
em que a Vereadora era Secretária de Educação, não foi estabelecida essa norma.
Então, eu tenho essa dificuldade, continuo com essa dificuldade, e nem sei se
vou votar a favor deste projeto, como votei no início, por questões de política
de...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. DELEGADO CLEITON: ...por questões de política de Estado, porque eu
não sei se o PT, amanhã, se assumir novamente a Prefeitura do Município, vai
dar continuidade a esse projeto. Essa é a minha dúvida. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Em votação o PLL nº 164/12, com Veto Total.
(Pausa.) O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 164/12, com Veto Total.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que nos assistem. Eu vou
ser bem breve. Eu não quis vir aqui discutir, mas ouvi toda a discussão. O que
diz o coração deste humilde Vereador: é um projeto maravilhoso, Sofia, mas eu
me sinto com vergonha de votar o sim ou não. Eu vou votar sim para provocar,
porque eu penso, Sofia, que os nossos governantes tinham que ter sensibilidade
e já terem implantado nas praças e nas escolas, Pujol, esses brinquedos
acessíveis às crianças com deficiência, assim como os estádios de futebol.
Sinto-me envergonhado de votar um projeto que obriga o governo a implantar
esses brinquedos. Na tua fala, Janta, fiquei com o coração apertado. Agora já
existe prótese de perna para essas crianças jogarem futebol, mas eu já ouvi de
crianças, nas minhas escolinhas – e isso dói no coração de qualquer ser humano,
Pujol: “Papai, por que é que eu não posso brincar? Papai, por que é que eu não
posso nadar? Papai, por que é que eu não posso jogar futebol? Papai, por que
não posso ir ao estádio? Papai, por que é que eu não posso ir ao shopping?” Este mundo é feito só para
nós, para os sem deficiência ou estou mentido? Então, o meu voto vai ser sim
para este projeto. Por que isso, Janta? Eu não sei se o projeto vai ser
aprovado, mas o meu voto vai ser sim, para provocar não só o Governo Municipal,
mas para provocar os governos de outras cidades do Rio Grande do Sul. Obrigado,
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 164/12, com Veto Total.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu até não queria
usar estes cinco minutos para entrarmos logo na votação, mas devo fazê-lo para
repor a verdade ou para refrescar a memória do Ver. Comassetto. O Ver.
Comassetto não deu o aparte para o Ver. Brasinha; não é nenhuma retaliação. Eu
tive a informação agora de que não é verdade o que disse o Ver. Comassetto
sobre as quatro escolas que foram feitas na época do PT. Elas foram construídas
em 1987 e em 1988, no Governo Collares. Falo isso de peito aberto porque eu não
sou do PDT, eu sou do PMDB. Eu não fazia parte do Governo Municipal em 1987 e
nem em 1988 e, graças a Deus, nem nos anos 1990. As quatro escolas foram
construídas na época do Prefeito Collares. Só para o senhor refrescar a
memória, Ver. Comassetto. Aliás, inaugurar todas, Ver.ª Sofia, é uma prática. O
anu faz isso. Ele não só inaugura como põe ovo nos ninhos dos outros. É isto
que o pessoal tem feito ultimamente: colocar ovo no ninho dos outros. Eu acho
que tem que inaugurar, tem que seguir e tem que fazer, agora, não dá para se
intitular pai da criança quando não se é. Quando o cara vai ao cartório
registrar o filho, ele tem que ter quase certeza de que é o pai. Então, não
podemos fazer isso aqui com esses projetos e com essas coisas que se falam aqui
na tribuna. Acho que esse assunto foi muito debatido. A Ver.ª Sofia até contribuiu
com o debate; não se entrega fácil, é uma guerreira, é verdade, mas nós temos a
obrigação de não nos deixar levar pelo discurso fácil, pelo discurso eloquente,
pelo discurso do coração. Quem é que não gostaria de fazer um discurso do
coração aqui? Aí não precisaria ter projetos. Aí, se é para votar com o coração
e com amor, eu escolheria todas as mães que cuidam, que sofrem e que atendem a
essas crianças e adultos.
Quando eu saí, agora há pouco, fui atender um pai
de uma moça de 27 anos, que precisa de necessidades não especiais, mas todas as
necessidades precisam ser atendidas por outras pessoas. Então não basta
fazermos discursos fáceis para escola e para praça, tem que haver discurso para
pessoas que precisam, independentemente da idade que elas têm, e sem demagogia.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 164/12, com Veto Total.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Caro Ver. Waldir Canal, nosso Presidente; Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras; senhoras e senhores, já foi bastante discutido este projeto, e
todos eles, quem discutiu, quem está encaminhando, todos falam da mesma
questão: a importância do tema. Por isso eu acredito que o projeto da Ver.ª
Sofia trouxe uma discussão importante par a Cidade. E eu, acompanhando a
discussão, ouvia a proposta, a manifestação do Ver. Bernardino Vendruscolo, da
verdade da necessidade das indicações, porque agora passam, Ver. Tarciso, aqui
pela Câmara, projetos de iniciativa exclusiva do Executivo. Nós, Vereadores,
vamos ter – como tínhamos, agora, com mais força ainda, porque serão aprovados
pelos Vereadores – a possibilidade de indicar ao Executivo que nós, enquanto
Câmara, compreendemos ser importante uma proposta neste ou naquele sentido. Por
isso, está correta a posição do Ver. Bernardino.
Eu também ouvia as manifestações sobre o veto
técnico e o veto político e confesso que, conversei com a Ver.ª Sofia,
conversei também com o Executivo Municipal, com o Governo Municipal, Ver.
Villela, até na condição de Líder de Governo. E o que acontece? O veto é
técnico. O Executivo diz assim: se começar a abrir exceções em projetos
técnicos, de não competência de um Vereador, vai gerar dificuldades para todos.
Portanto, o projeto está vetado em razão da
capacidade da iniciativa. Mas eu repito: a discussão foi importante. E quero
registrar também que já existem escolas com a presença desses equipamentos – e,
aliás, aqui já foi dito por diversas vezes. E o que o Governo está fazendo?
Está, paulatinamente, levando esses projetos para as escolas da cidade de Porto
Alegre.
Portanto, é uma proposta que leva a essa discussão,
que mostra que a Câmara de Vereadores compreende a importância da existência
desses equipamentos nas escolas, que eles já estão sendo encaminhados e que
podem, sim, apresentar as nossas sugestões e indicações.
E quero registrar que foi a Ver.ª Séfora que falou
no alerta da necessidade. E isso é interessante. As discussões que tivemos
aqui, capitaneadas pela proposta da Ver.ª Sofia, nos levou, todos nós, a dizer,
a alertar para a importância do projeto que o Executivo está implementando.
Portanto, nós vamos manter o Veto em razão de uma
posição técnica da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Nós compreendemos que
deva ser até mantido o Veto como uma sinalização de que, a partir de agora,
temos, aqui, na Câmara de Vereadores, indicações, vamos votar as indicações, e
isso leva para o Executivo as sugestões da Câmara de Vereadores, com a
aprovação dos Vereadores.
Portanto, essa é a nossa posição, e é a posição do
Governo, o Veto não é político, é técnico. Um abraço. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 164/12, com Veto Total.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Ver.ª Sofia, estava
relendo o projeto e escutando meu nobre amigo Ver. Ferronato, que dizia que não
tem motivação política, Ver. Janta. Mas, relendo o projeto, a gente vê que o
projeto original, Ver. Waldir Canal, foi aprovado e sancionado pelo Prefeito
José Fogaça, pelo Secretário Municipal do Meio Ambiente, Prof. Garcia, pelo
Secretário Especial de Acessibilidade e Inclusão Social, Tarcísio Cardoso e
pelo Secretário Municipal de Gestão, Clóvis Magalhães. Estão concordando com o
projeto.
A Ver.ª Sofia, na verdade, faz um acréscimo ao
projeto do Ver. Waldir Canal, onde diz: destinados a lazer ou recreação do
Município, determina que também sejam as escolas municipais, que são em número bem menor e estão determinadas quais são. E aí eu vejo aqui no
parecer, se não me engano, o Ver. Professor Garcia dizendo que, embora o
projeto tenha mérito – e tem mérito! –, no momento em que o texto de lei entra
em vigor, na data da publicação, fica inexequível a lei, e a SMED já está
implantando. Se é inexequível, como a SMED já está implantando? É
contraditório. Se é inexequível, não tem como implantar! Bom, mas se a SMED já
está implantando, se o projeto do Ver. Waldir Canal – com o qual eu concordo –
é legal, é meritório, pode agora o da Ver.ª Sofia Cavedon, que só acrescenta,
na verdade, as escolas? Quer dizer, não tem nenhum problema? E a SMED já vai
fazer isso, segundo o próprio Ver. Professor Garcia, e, depois, diz que não é
político! No veto, a mesma coisa: o projeto tem mérito, é bom, já está sendo
feito, e não precisa do projeto. Ora, se o projeto só vem a somar, Ver.ª Sofia;
se todos concordam que tem mérito; se os Vereadores desta Casa o aprovaram por
maioria; se o Ver. Waldir Canal botou o primeiro projeto, que, por votação
simbólica, foi aprovado por unanimidade; se a Ver.ª Sofia acrescenta só as
escolas municipais; se os Vereadores aprovam e concordam que tem mérito,
inclusive o Governo, que diz que vão executar, qual é o problema de aprovar um
projeto? Eu só vejo uma questão, Ver.ª Sofia: é veto político! O projeto tem
mérito, é exequível, vai ser executado, mas não pode ser da oposição. E,
depois, eu escuto, muitas vezes, os Vereadores falando que o nosso partido é
raivoso, que é contra tudo... Já vi, várias vezes, a nossa bancada votando
favoravelmente a projetos meritórios para a Cidade, porque sabe que são
necessários para Porto Alegre. Agora, o projeto da Ver.ª Sofia, que já foi
aprovado por esta Casa, é vetado e se diz que não tem condições de
exequibilidade. Só tem um motivo, Ver.ª Sofia: é um veto político. São contra,
porque veio de V. Exa.; mas eu tenho certeza que os Vereadores desta casa, que
são independentes, que sabem o seu papel, não vão votar contra, porque votar
contra a senhora não é votar contra a Ver.ª Sofia: é votar contra a Cidade, é
votar contra essas crianças. E eu tenho certeza, Vereadores, o Tarciso e muitos
outros votarão favoravelmente, porque é bom para a Cidade, e o que é bom para a
Cidade os Vereadores e esta Casa vão aprovar. E não vamos ter problemas
políticos de vetação por (Ininteligível.), vamos votar pela Cidade. Eu voto
favoravelmente; tenho certeza que os Vereadores que tiverem a consciência
política também votarão favoravelmente. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 164/12, com Veto
Total.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sras. Vereadoras,
Srs. Vereadores, nós temos 96 escolas no Município de Porto Alegre, 96 escolas
que cuidam dos filhos dos porto-alegrenses. Nós temos a Escola Eliseu Paglioli,
no Cristal, que tem brinquedos para crianças deficientes. Nós temos a Escola Luiz Francisco Lucena Borges, no Jardim Sabará,
bairro onde eu moro, que tem brinquedo para deficiente. Nós temos a Escola
Lygia Morrone, no Jardim do Salso, que tem brinquedo para deficiente. E nós
temos a Escola Cristã de Sucupira, na Restinga, que tem brinquedo para
deficiente. O resto se vira! O resto das crianças deficientes que moram no
bairro Rubem Berta, no Parque dos Maias, no Sarandi, no Costa e Silva, na Assis
Brasil, na Vila Farrapos, na Medianeira, na Cavalhada, no Belém Novo, no Lami,
no Belém Velho, na Lomba do Pinheiro não têm acesso a brinquedos por
deficiência.
O líder do governo
disse que o projeto estava errado, que nós tínhamos que votar contra o projeto,
porque o projeto estava errado. Errado está isto: de 96 escolas, somente quatro
– somente uma em bairro popular, que é a Restinga – terem brinquedos adaptados
para deficientes. Eu acho que isso está errado. Errado estava o governo, então,
quando deixou esta Casa aprovar o projeto. Como é que nós não vamos ter uma
lei, como é que nós não vamos ter um projeto de governo desta Casa que determine:
isso são escolas, então, de 96, nós temos quatro; e em nenhuma praça em Porto
Alegre, nós termos brinquedos adaptados?
Então, as crianças do
Costa e Silva, do Leopoldina, da Vila Farrapos, da Cruzeiro, de Belém Velho, de
Belém Novo, da Lomba do Pinheiro, do Partenon, de Bom Jesus, do Campo da Tuca,
do Morro Santana e do Centro não têm direito de brincar, não têm o direito de
serem iguais, o que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente. Elas vão
continuar sendo diferentes, Ver. Tarciso, porque o brinquedo é uma empresa só
que fornece. Mas por que não botam bolas nessas escolas, pelo menos para as
crianças cegas brincarem? Bolas com chocalhos, como a gente vê aí. É uma coisa
mínima! Volto a dizer aqui: não têm dinheiro para comprar os brinquedos, mas
por que não pedem isso na contrapartida de várias obras que a gente libera em
Porto Alegre, de vários empreendimentos que saem em Porto Alegre, das multas,
das antenas dos celulares, que não são pagas? Por que não exigem que essas
empresas façam a adequação dessas escolas? Nós temos 96 escolas no Município de
Porto Alegre: quatro escolas adaptadas, somente uma num bairro popular de Porto
Alegre.
Então, eu acho que
esta Casa tem um compromisso com a população carente de Porto Alegre, com os
trabalhadores e sua família, de dar a direção para o governo, para que as
outras 92 escolas de Porto Alegre, ou melhor, os outros bairros de Porto
Alegre, ou melhor, as Regiões do OP de Porto Alegre tenham, no mínimo, uma
escola que tenha brinquedos adaptado para deficiente, que dê o direito à
igualdade para as crianças com deficiência. O Partido que eu represento, o
Solidariedade, encaminha, em nome de todas as crianças deficientes, filhos de
trabalhadores, operários desta Cidade, para que tenham direito a brincar, a serem
iguais a todos. Que a gente vote derrubando o Veto do Sr. Vice-Prefeito de
Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação, como autora, do PLL nº 164/12, com Veto Total.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, esta discussão está
sendo bastante rica. Infelizmente, não nos argumentos, porque não consigo
enxergar nenhum argumento consistente de quem vem aqui manter um veto absurdo.
Desculpa, Ver. Airto Ferronato, isso não é um veto técnico. É isso que quero
contrapor. Esta Vereadora está legislando sobre as especificações de
brinquedos, porque todas as escolas públicas têm que colocar playground. Vai colocar pracinha de qualquer
maneira, Ver. Tarciso. O que a Casa aprovou foi que um desses brinquedos terá
um jeito diferente, terá adaptações. Isso não é ilegal, Ver. Reginaldo Pujol,
porque V. Exa. legislou sobre a especificação de como os chaveiros vão se
instalar nas calçadas da cidade de Porto Alegre. E isso não é ilegal! O senhor
vai dizer até a cor da casinha do chaveiro na calçada, os metros de quanto ele
vai recuar. Por que a vereadora não pode dizer que o brinquedo, em vez de ser
assim, será assado para acolher as crianças com deficiência? Não se escondam
atrás da ilegalidade! Não se escondam! Por isso eu acho que é bom este debate
nesta Casa, para cada um mostrar como se posiciona diante das políticas
públicas. Eu estou propondo uma especificação para os brinquedos, para atender
a diferença dentro da escola, para todas as escolas. Eu quero que me provem que
nós não podemos legislar sobre todos que se estabelecem para fazer uma política
pública no município. Que me provem
que eu não posso legislar sobre as escolas estaduais, porque nós geramos leis
para quem está no Município, legislação para atender especificações de política
pública de inclusão social. Então, eu não aceito o Veto com essa justificativa
da legalidade.
Em
segundo, se fosse assim, eu gostaria que tivesse o mesmo peso, a mesma medida
com que foi tratado o Ver. Waldir Canal, Vice-Presidente desta Casa, que tomou
uma iniciativa e determinou para praças – que podem implicar para 600 praças em
Porto Alegre –, e não foi vetado o seu projeto e foi votado por todos aqui. Foi
simbólico, todos votaram, ninguém pediu nominal, Sr. Presidente, “que eu vou
votar contra porque é ilegal”, não, Ver. Pujol, em 2010. E o Prefeito Fogaça,
que é do mesmo Partido do Vice-Prefeito, Sebastião Melo – que provavelmente o
Ver. Sebastião Melo votou a favor desse projeto, porque era Vereador na época
–, é o mesmo Partido que hoje governa a Cidade e veta, na época, o Prefeito
Fogaça sancionou. Na época, o Ver. Professor Garcia, Secretário do Meio
Ambiente, do PMDB sancionou e assinou junto. Então, eu só quero o mesmo
tratamento como Vereadora e legisladora, porque sou igual ao Ver. Waldir Canal,
legitimada pelo voto popular. Então, esse argumento não serve, porque há dois
pesos e duas medidas aplicadas aqui pelo mesmo Partido num lugar e noutro.
Sobre
o tema de fez ou não fez, senhores, nós fizemos muitas outras coisas . A cidade
de Porto Alegre é a rede que mais inclui, porque foi instaladas salas de
integração e recursos quando isso não era política federal, o Ver. Paulo Brum
sabe disso. Nós colocamos professores com formação em educação especial no
outro turno, atendendo crianças, Ver.ª Séfora. E a nossa rede, que é 30% da
rede estadual, ela tem 50% das crianças incluídas, porque nós fizemos muitas
políticas para inclusão. Não fizemos essa, mas fizemos outras. Nós aqui,
Vereadores, legislamos para além dos governos, para além das gestões, para além
do que não foi feito, do que foi feito e do que será feito.
Então,
eu gostaria que nos despíssemos de subterfúgios e que fossemos no mérito. Eu
quero aqui agora finalizar e agradecer, emocionada, a coerência de Vereadores,
que são independentes, que, às vezes, votam com o Governo, que compõem a base
do Governo, que estão aqui mantendo a sua posição, que se emocionam aqui nesta
tribuna e que são coerentes com o ato que fizeram durante a Semana da Pessoa
com Deficiência. Para mim, já me basta isso. Tem pessoas sérias, tem
pessoas....
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: ...E tem pessoas que não se submetem a uma lógica do Governo. O Governo
está, de fato, achando-se supergoverno: é ele que comanda, é ele que diz, é ele
que toma iniciativa, é ele que sanciona ou não sanciona, não considera as contribuições
do Legislativo. E isso eu acho que é um rebaixamento seriíssimo da democracia!
É seriíssimo porque o nosso Parlamento tem que ter autonomia, tem que ter
soberania, tem que incidir sobre o Governo da Cidade. Não é possível que o
Governo Municipal submeta vergonhosamente esta Câmara! Porque tem vetos a
projetos do Ver. Paulo Brum que eu vou ajudar a derrubar, porque eu acho que
nós temos que ser mais sérios com as pessoas com deficiência. Elas têm muitas
barreiras, e nós estamos colocando mais barreiras quando há uma disputa
política em torno de questões como essas! E nós, de fato, senhores, temos, na
Rede Municipal, brinquedos adaptados só nas escolas especiais, onde as crianças
todas têm alguma deficiência. Bom, pelo menos nessas, mas é só nessas que tem.
Eu vou citar a Mariano Beck, em plena Vila Bom Jesus, que tem quatro cadeirantes. Foi uma briga para ter rampa para a criança chegar à quadra de esporte. As professoras carregam as cadeiras lá, Ver. Tarciso Fecha Negra, para as crianças chegarem aos espaços. Não tem brinquedo adaptado, não, o Mariano Beck, e tem muitas escolas, todas as escolas municipais, aliás, têm crianças incluídas. A praça da escola, o Ver. Clàudio Janta pegou muito bem aqui, não é só para as crianças que estão na escola. Se o pai chegar com uma criança com deficiência, tem que ter lugar para brincar. A festa de São João da escola é para toda a comunidade; a escola aberta no fim de semana é para toda a comunidade. Então, todas as escolas têm que ter brinquedo adaptado, porque todas as comunidades têm crianças com deficiência. Agradeço a atenção e a dedicação ao debate que esta Casa tem feito, porque eu sei que isso fará diferença.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra
para encaminhar a votação, pela oposição, do PLL nº 164/12, com Veto Total.
O SR. ENGº COMASSETTO: Meus colegas Vereadores e todos os que
nos ouvem, o importante desta Casa é o debate que nós aqui propiciamos para definir
qual é o modelo de Cidade que queremos. Eu venho aqui, com muito orgulho, em
nome do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores, em nome do PSOL e do PCdoB,
dizer que nós estamos aqui ajudando a construir uma Cidade que inclua, uma
política que seja para todos. E, em Porto Alegre, as escolas especiais, Ver.ª
Luiza Neves, iniciaram na Administração do Alceu de Deus Collares com a Ver.ª
Neuza Canabarro, Ver. Janta, como o senhor citou aqui, a Eliseu Paglioli.
Vejam só o exemplo aqui, quem está nos ouvindo,
todos têm o direito de falar aqui com o som, isso vale para as escolas. Em
todas as escolas as crianças têm o direito de ter brinquedos; para aqueles que
são deficientes, adaptados. Eu dizia que, em Porto Alegre, na Administração do
PDT, do atual Prefeito com a Secretária Neuza Canabarro, tiveram início as
escolas especiais: Elyseu Paglioli, a Lygia Morrone Averbuck, a Tristão
Sucupira Vianna e a Lucena Borges. E, quando nós entramos, Ver. Cecchim e Ver.
Brasinha, havia 27 escolas municipais, nós saímos com 83 escolas municipais. A
gestão da política nacional, incluiu que todas as pessoas com deficiência têm
direito à educação. E um dos grandes problemas que existe na sociedade
brasileira é a invisibilidade. Há 14%, Ver. Brum, o senhor que é portador de
deficiência, é pessoa com deficiência, cadeirante, sabe o que é enfrentar, no
dia a dia, aquilo que não percebemos, porque não temos essa deficiência. Então,
nas escolas em que foi elaborado uma política para que possa ter crianças com
deficiência e crianças sem deficiência. Isto vale para que, na escola, aquelas
crianças, desde pequenas, consigam conviver com pessoas com deficiência,
consigam respeitá-las, consigam ajudá-las. Isso é construir uma política de
inclusão, é fazer com que todas as deficiências sejam contempladas no processo.
Todos têm deveres e direitos iguais. Se a Organização Mundial da Saúde diz que
14,2% da nossa sociedade são pessoas com deficiência, esses 14,2% têm o direito
de conviver na sociedade com todos, têm o direito a ter educação como todos. E,
se eles já têm o direito à escola, eles têm o direito a ter equipamentos nas
escolas que os acolham. É isso que estamos discutindo aqui. Não podemos fazer
deste projeto uma disputa partidária, uma disputa de oposição ou situação, uma
disputa da legalidade. Ora, pelo amor de Deus! Estamos aqui discutindo qual é o
tipo de sociedade que esta Casa entende e defende. E nós defendemos – venho
aqui em nome da oposição – uma sociedade inclusiva. Queremos uma sociedade para
todos, com direitos e deveres iguais. E a escola é a casa de todas as crianças
na inclusão da cidadania. É ali o berço da inclusão, o berço da democracia, da
afirmação. Portanto, eu quero que qualquer cidadão tenha esse direito,
principalmente na sua infância, porque já sofre com a deficiência; aí, vai
sofrer também sendo excluído de estar brincando com as demais crianças. É
pesado demais.
Temos a chance de poder dizer: brinquedos adaptados
nas escolas para crianças com deficiência, sim! Um grande abraço. Muito
obrigado!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Waldir Canal): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
encaminhar a votação, pelo Governo, do PLL nº 164/12, com Veto Total.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu até gostaria que
os Vereadores que estão nos seus gabinetes pudessem vir até aqui. Eu vou usar
os cinco minutos que me cabem para dar esse tempo para que os Vereadores venham
e possamos votar este Projeto, que é polêmico só para a Bancada do PT; porque
todos nós somos a favor e contribuímos para que todos tenham brinquedos, não só
nas escolas, nas praças também. Na praça todo mundo vai, não precisa se
inscrever, não precisa se matricular. Por isso que a praça está liberada e tem
que fazer. Eu acho que se faz onde as pessoas estão. Eles não precisam marcar
hora, marcar dia, só não vão de noite quando não tem luz. Então, aí é
democrático. Tem que ter brinquedo? Tem. Agora, a Bancada do PT não diz, aqui,
que o seu Governo Estadual e o seu Governo Federal não dão nada para as pessoas
doentes, não têm política para cuidar de quem está de cama há muitos anos, não
dão ajuda para essas pessoas que estão precisando de uma condução para ir até a
escola! Não dá remédio, tem que entrar na Justiça para conseguir um remédio! É
o Governo Federal do PT, é o Governo Estadual do PT que não fazem isso! E aqui
eles desfilam a tal de Cidade Viva, que ficaram mostrando por 16 anos. Tudo
bonitinho. Só no grito e na imagem. Na hora de fazer e de mostrar, na prática,
nada! Nada! Então, fazer discurso fácil é muito fácil – é uma redundância, mas
é. Discurso fácil! E não adianta apelar para bom senso. Todos aqui têm bom
senso; cada um à sua maneira. Todos, aqui, têm responsabilidade; uns mais,
outros menos, mas todos são responsáveis à sua maneira, do seu jeito e como
podem. Cada um faz como pode! Os únicos que não têm responsabilidade e não
fazem são os governos que deveriam fazer. O Governo da
Bancada do PT prefere dar dinheiro para os milionários, como Eike Batista, para
o Friboi, para outros tantos bois a ajudar pessoas de que precisam. Esse é o
PT, que aqui fica falando uma tarde toda. Esse é o verdadeiro PT! Dá dinheiro
para a boiada e esquecem das pessoas. O Friboi é muito bem atendido. Os
frigoríficos e as fazendas do Friboi estão muito melhor do que os hospitais
deste País, aliás, estão ótimos. A fazenda do filho do Lula é uma beleza, é um
cartão postal! O Friboi é uma beleza, tem que ser, tem que ter! Tem que ter
limpeza, tem que ser bonito, tem que ter qualidade, somos a favor, mas com o
dinheiro do BNDES?! Por que não tem dinheiro do BNDES para as Santas Casas? Por
que não tem dinheiro do BNDES, ou do Governo Federal, ou do Governo Estadual,
para essas entidades que fazem tanto por pessoas doentes que precisam, como o
Teleton. Não é Teleton, é o que faz o Silvio Santos, mas é para ajudar essas
pessoas. E aí eu não vejo ninguém do PT aparecer, nem nesses programas de
televisão, para ajudar. Mas eles estão aqui a tarde toda desfilando bondade.
Que façam ações – ações! As pessoas precisam é de ações! E tem muita gente
precisando não de brinquedo só, precisando de remédio, de leito hospitalar, de
uma condução para levar essas pessoas que estão doentes para os lugares em que
precisam ser tratadas. E aí vem a Bancada do PT aqui, uma tarde toda, chamando
a atenção para uma coisa que tem que fazer para se dizerem donos do projeto.
Não são! Nem donos do projeto e muito menos donos da verdade! Obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 164/12,
com Veto Total.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, quero ser o mais objetivo possível, até
porque eu tenho a esperança de poder votar ainda hoje o projeto do Ver.
Paulinho Motorista, que há um mês está para ser votado e não consegue ser.
Tenho em minhas mãos aqui as razões do Veto, são delicadas, absolutamente
corretas, numa análise sem emocionalidade da proposta. Pretendia lê-la, toda,
mas não preciso. Vou ler apenas um trecho, Ver. Nereu, que diz assim: “Em que
pese a intenção traduzida na Exposição de Motivos, temos como desnecessário que
isso se dê através de intenção de nova lei, ou seja, a SMED pode, como guardiã
das políticas educacionais, e assim vem fazendo em parceria com outros órgãos
da Administração, a exemplo da Secretaria Municipal de Acessibilidade, como
guardiã das políticas de inclusão, a definição quanto à implantação dos
referidos equipamentos como uma diretriz de trabalho, caso a caso”. Caso a
caso, porque, como diz bem o Ver. Professor Garcia, onde não há crianças com
essas necessidades desnecessário que se coloque esse tipo de equipamento.
Eu acho que o Ver.
Delegado Cleiton tem toda a razão quando ele fala de sua ambivalência com
relação a esta matéria porque tem medo que o PT volte a governar Porto Alegre e
que aí precisaria ter uma lei para a imposição de ele ter de fazer o que o
Governo do Município hoje faz como diretriz. Fique tranquilo, Ver. Delegado
Cleiton, nós vamos evitar que essa desgraça dos 13 anos se repita nos próximos
20 anos. Chega de PT! o povo já disse e vai dizer de novo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): A Ver.ª
Fernanda Melchionna esta com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
164/12, com Veto Total.
(Tumulto no
plenário.)
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): Vou assegurar o seu tempo, Vereadora. Srs. Vereadores,
precisamos respeitar a Vereadora que está na tribuna.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Pensei, Sr. Presidente, que estivéssemos votando um projeto
de lei sobre brinquedos para crianças com necessidades especiais, e não,
fazendo um juízo de valor de partidos políticos e de diferenças ideológicas.
Sinceramente, esse discurso, na verdade, só corrobora o que eu disse na
primeira intervenção sobre o projeto: que existe um Veto político do Governo,
que não ocorre somente quando o Prefeito, em exercício, veta um projeto
aprovado pela Câmara de Vereadores – aliás, por unanimidade –, é o que ocorre
também na Casa quando um projeto de autoria da oposição fica muitas vezes dois,
três quatro meses em Comissões. No caso do Ver. Pedro Ruas, já faz um ano que
protocolamos o nosso projeto de tombamento do Olímpico, e, a cada semana, algum
Vereador da CCJ da base pede vista do projeto porque não quer botar a sua posição,
aqui no plenário, pública, transparente. Nós não temos medo do painel, de todos
os nossos votos podem bater fotos, publiquem, são os nossos votos políticos, é
a nossa ideologia, é a nossa compreensão, é a nossa coerência. E todos sabem
que o PSOL é muito coerente, todos sabem da nossa briga quando ficamos sabendo
que o empresário Eike Batista deve mais de R$ 10 bilhões para o BNDES, para a
Caixa Econômica Federal, e que o Governo dá mais seis meses para grandes
empresários enquanto o pobre tem a conta confiscada, bloqueada nos bancos
públicos quando passa do seu limite no cheque especial. Todos sabem das nossas
críticas à ausência de recursos na saúde. Mas um erro não justifica um outro
erro, as críticas, a permanente cobrança para que o Governo Estadual, do Tarso,
pague o piso do Magistério não justifica, Ver. Professor Garcia, votar contra um projeto
que busca, no mínimo, igualdade; contra um projeto que obriga inclusive as
escolas estaduais sediadas em Porto Alegre a terem brinquedos adaptados. O projeto
prevê não só para o Município, é para toda e qualquer escola no Município de
Porto Alegre que tenha na prática a política da inclusão, porque não adianta só
na hora da matrícula dizer que existe a política da inclusão. E eu defendo,
acho importante as escolas especiais, mas acho fundamental que as escolas
públicas avancem no sentido da inclusão para que um dia possamos ver que, na
verdade, quem tem deficiências são os Estados, os Governos, e aqueles que não
investem na possibilidade de incluir quase 14% da população que sofre algum
tipo de limitação locomotiva, auditiva, enfim, uma série de limitações que se
pode ter. E o projeto é tão simples, é o direito de brincar, o direito ao
brinquedo. Simples! Os argumentos, sinceramente, não me convenceram, e ouvi a
tarde inteira todos os Vereadores e Vereadoras. Parece-me que pode haver dois
movimentos, um de um Veto político do Governo, e se vem projeto de oposição é
Veto; se é da base, como foi o projeto meritório do Ver. Waldir Canal – com o
nosso apoio, porque foi um projeto meritório o dos brinquedos adaptados em
todas as praças –, eles simplesmente não executaram, mas foi aprovado por toda
esta Casa por unanimidade, e sancionado pelo Prefeito. Mas quando é um Vereador
da oposição, independente do mérito, existe a caneta do Prefeito vetando, um
projeto que é, no mínimo, no sentido da busca da igualdade, ou pior, defesa de
interesses privados. Será que setores das escolas privadas não querem ter que
adaptar seus brinquedos? Eu não vejo justificativa para que Porto Alegre não
avance numa legislação com o projeto da Ver.ª Sofia Cavedon. E mais, vejo nos
argumentos um peso e duas medidas, porque, de fato, quando é para discutir o
chaveiro, quando é para discutir o brinquedo na praça, quando é para discutir
qualquer outro tema que venha de outra origem, não tem problema, não é
inconstitucional, é tudo legal; quando são projetos da oposição, o argumento
ridículo e falacioso é de que é inconstitucional. Lembra-me uma velha frase que
eu gosto muito de usar nesta tribuna: “Aos amigos tudo; aos inimigos, entre
aspas, a lei”. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Em votação nominal o PLL nº 164/12, com Veto
Total. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO
o Projeto por 13 votos SIM e 13 votos NÃO. Mantido o Veto Total.
O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para a
leitura da sua Declaração de Voto.
O SR. DELEGADO
CLEITON: (Lê.): “Voto contrário ao Veto Total ao PLL nº 164/12, mantendo a minha
coerência por ter votado favoravelmente ao Projeto de Lei, por entender ser o
referido importante para a Cidade, e, diante do esclarecimento apresentado pelo
Executivo Municipal que dão conta que o proposto já vem sendo realizado pela
Secretaria Municipal de Educação. É importante salientar que mesmo estando a
política sendo executada pelo atual Governo, garantir a aprovação deste Projeto
de Lei significa institucionalizar a iniciativa e obrigar os governos que se
sucederão, inclusive o Partido da autora, se vier algum dia ocupar o Executivo
lá na frente, a dar continuidade com esta inclusão social que pretendemos ver
atendida.”
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Solicito que o senhor encaminhe a Declaração à
Mesa para registro.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05 minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0360/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 062/13, de autoria do Ver. Paulinho Motorista,
que inclui § 4º no art. 14 e §§ 1º e 2º no art. 15 da Lei nº 8.133, de 12 de
janeiro de 1998 – que dispõe sobre o Sistema de Transporte e Circulação no
Município de Porto Alegre, adequando a legislação municipal à federal, em
especial ao Código de Trânsito Brasileiro –, alterada pela Lei nº 8.323, de 7
de julho de 1999, subdividindo o serviço de transporte coletivo em comum e
expresso. Com Emendas nos 01
a 03.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto.
Parecer
Conjunto:
-
da CEFOR, CUTHAB, CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver. Clàudio Janta:
pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 23-09-13.
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Em discussão o PLL nº 062/13. (Pausa.) O Ver.
Paulinho Motorista está com a palavra para discutir o PLL nº 062/13.
O SR. PAULINHO
MOTORISTA: Boa-tarde Presidente Waldir Canal e demais Vereadores, o meu projeto
inicial propõe a alteração do Sistema Municipal de Transportes criando as
categorias de transporte coletivo comum e expresso. Após contato com a EPTC,
apresentei a Emenda nº 01 para adequar o projeto, alterando o nome de coletivo
expresso para coletivo direto e passando da distância prevista para existir o
coletivo direto de 10Km para 20 Km. Em novo contato com a EPTC, realizado no
dia 30 de outubro, visando a aperfeiçoar ainda mais a minha proposta, solicitei
ao nosso Líder da Bancada, Airto Ferronato, que apresentasse a Emenda nº 02,
que é praticamente idêntica à nº 01, apenas acrescentando as categorias de
linhas rápida, transversal, alimentadoras, que são as circulares.
Além das linhas comuns e diretas já estabelecidas
na Emenda nº 1, na prática, essas linhas já existem, mas não estavam
regulamentadas, por isso retirei a Emenda nº 1 e solicito a aprovação da Emenda
nº 2. Este é o meu primeiro Projeto a ser apreciado no plenário desta Casa, e,
pelo seu mérito, peço o apoio de todos, ainda mais porque atuei nessa área por
mais de 24 anos, a qual conheço muito bem, especialmente a situação das
comunidades distantes do Centro de Porto Alegre, como é o caso da Extremo-Sul.
Sabemos que já existem algumas linhas de ônibus diretas na Cidade, como é o
caso de algumas linhas da zona Norte. Queremos ampliar essa conquista para as
outras comunidades que muito precisam e nos solicitam, pelo menos, no horário
de pico, inicialmente. Também sabemos que logo devemos ter a licitação do
transporte coletivo e o sistema BRT, mas precisamos manter contato direto e
permanente com o Executivo para adequar a nossa proposta ao novo sistema em
planejamento, sem abandonar essa importante ideia que, sem dúvida, é
fundamental para muitas comunidades de Porto Alegre.
Agradeço à EPTC, ao Sr. Jorge Ribeiro, ao
Secretário Cappellari, ao assessor Emerson, que tem estado com a gente; às
comunidades e a todos que nos ajudaram na caminhada desse projeto.
Como já falei, estou pensando na comunidade lá do
Extremo-Sul, que chega a passar uma hora e quarenta minutos dentro de um
transporte coletivo, e, com este meu Projeto, diminuiria o tempo de viagem
deles e eles teriam mais qualidade de vida no transporte, ficariam mais tempo
com suas famílias, em casa, e chegariam mais rápido ao seu destino, ao seu
trabalho, à sua escola.
Conto com todos os Vereadores. Um abraço a todos.
Estou sempre pensando no bem-estar da nossa Porto Alegre, da população que nos
elegeu e nos colocou aqui na Câmara para trabalhar para o interesse dela.
(Não revisado pelo orador.)
(A Ver.ª Sofia Cavedon assume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para discutir
o PLL nº 062/13.
O SR. MARIO
FRAGA: Ver.ª Sofia Cavedon, presidindo os trabalhos; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras; público nas galerias e que nos
assiste pela TVCâmara; Ver. Paulinho Motorista, venho aqui nesta tribuna para
falar do Vereador e do amigo, motorista Paulinho. Quero parabenizá-lo, pois eu
me lembro muito bem quando consegui aprovar o primeiro projeto aqui. E V. Exa.,
que chega na Casa este ano, consegue aprovar – com o nosso apoio e, se Deus
quiser, com o apoio de todos os Vereadores – um projeto de suma importância
para as comunidades mais carentes – Ver. Reginaldo Pujol, que as conhece tão
bem. Veja, Ver. Paulinho, que eu estou há algum tempo na Casa e, agora, estou
conseguindo criar um projeto para o esporte amador, que é onde eu atuo
diretamente, como V. Exa. atua no transporte coletivo.
V. Exa. falou no
Jorge, da EPTC, e do Emerson, que lhe deram assistência e o auxiliaram bastante
neste projeto. E, agora, eu tenho perguntado para os meus funcionários, Ver.
Paulinho, sobre essa faixa azul que tem lá na nossa zona – acho que na zona
Norte não tem –, mas está fazendo uma diferença de quase quinze minutos no
trajeto.
E aí, Paulinho,
graças a Deus, hoje não ando mais de ônibus, mas muito andei de ônibus, e sei a
diferença que faz dez, quinze minutos dentro de um ônibus. E, às vezes,
dependendo do horário, ao virmos lá de Belém Novo, ficamos dentro de um ônibus
por quase uma hora e dez minutos! O motorista não consegue fazer o trajeto em
menos de uma hora e dez minutos até lá; mas se atrasa, vinte minutos ou mais,
demora uma hora e meia!
E quando ele entra lá
no Xavantes para me largar, leva uma hora e quarenta minutos. Hoje, felizmente,
eu não ando mais de ônibus.
Mas, então, Ver.
Paulinho, V. Exa. tem aqui o meu apoio, vou tentar levar todos os votos da
Bancada do PDT para o projeto de V. Exa. e tenho certeza de que este projeto,
com o apoio da Câmara de Vereadores e da EPTC, na pessoa do Emerson Correia, em
seguida, possamos fazer até uma comissão, Ver. Pujol, para que o Prefeito Fortunati
sancione essa lei. Enquanto os lotações, Ver. Paulinho, pelas quais luto há
muito tempo principalmente lá para o Belém Novo, não vêm, que este projeto
beneficie um pouco a nossa comunidade. Meus parabéns, Ver. Paulinho.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para
discutir o PLL nº 062/13.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, funcionários desta
Casa, público que nos assiste; é importante dizer, neste momento, que, muitas
vezes, eu corrigi o Ver. Janta, que fala de uma inveja branca. Na verdade,
Paulinho, nós estamos, aqui, com uma inveja preta, que é uma inveja boa, é uma
inveja de energias boas.
Paulinho, como já disse, aqui, várias vezes, e vou
repetir, porque eu adoro dizer que, aos 14 anos fui cobrador de ônibus, na Auto
Viação Guarujá, e isso só dignifica a minha trajetória, a minha história, e a
história da minha família, por hoje estar, aqui, tendo sido eleito com quase 7
mil votos, representando a comunidade de Porto Alegre.
Paulinho, na verdade, eu venho a esta tribuna para
defender o teu projeto, e vou votar a favor, porque este projeto me foi
solicitado, inúmeras vezes, por um grande amigo, que era o Valter Castilhos,
uma grande liderança do movimento estudantil, uma grande liderança da Cefer,
ex-conselheiro tutelar, ex-presidente da associação, que sempre me fazia esse
pedido, mesmo antes de eu ser eleito.
E o Ver. Paulinho teve a capacidade, até pela sua
profissão e pela sua própria história, de fazer este projeto.
E eu, Mario, de vez em quando, ando de ônibus, e
tenho prazer em conversar com as pessoas. E um dia desses, fui para pegar um
ônibus e tentei entrar pela porta errada – já mudou! Paulinho, fiquei
deslumbrado com a história do cartão, e fui falar com a cobradora, e ela deve
ter pensado que eu tinha vindo de outro planeta. Mas é que eu trabalhava no
interior, e fiquei muito tempo sem andar de ônibus em Porto Alegre.
Mas é importante esse apelo, esse sentimento que tu
tiveste, e é o teu primeiro projeto. Ontem, eu subi a esta tribuna em função do
meu primeiro projeto aprovado, que foi uma homenagem ao Projeto Pescar, e,
subindo aqui, até pela história do Projeto Pescar, Ver. Paulinho, me passou um
filme da minha vida. E eu, esse baita cara aqui, com 1,88 metro, com mais de
100 quilos, não me contive e até e chorei aqui em cima, porque era um momento
importante para mim, um momento muito sério, de pessoas que me botaram aqui em
cima e que confiam em mim. É até por isso que, às vezes, eu tenho algumas
posições que são, de repente, fora do contexto, mas posições que eu acho que
tenho que defender aqui, nesta casa. E eu faço uma defesa a esse teu projeto,
porque sei o que é o nosso primeiro e sei o que é subir aqui, ainda mais com um
projeto como esse teu.
Eu, que sou novo aqui, tive uma discussão com a
Ver.ª Séfora, quando subiu aqui e virou uma leoa em cima do seu primeiro
projeto. Foi aí que eu vi, Séfora, o que é chegar aqui e ver toda essa
história. O Janta, uma vez, logo que entramos aqui, me perguntou se eu
imaginava, um dia, ter o nome naquele placar, ali. Eu até imaginava, sim, mas é
importante ter um bom projeto e ter aprovado o seu primeiro projeto, que vai
beneficiar muito essa comunidade carente, os trabalhadores que andam todo dia,
que muito cedo estão ali, muitos com a sua marmitinha, pegando ônibus tarde. É
muito difícil, principalmente para a Zona Sul, porque esperam muito tempo. É
uma reclamação de quem anda pela Cidade, uma reclamação quase geral. Então,
Ver. Paulinho, é uma inveja, mas uma inveja boa. Parabéns por este projeto!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
discutir o PLL nº 062/13.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: O trabalhador que mora lá no Leopoldina, não é Ver. Paulinho Motorista,
pegará o ônibus no final da linha e virá direto para o Centro de Porto Alegre –
poderá vir pela freeway –, assim como
o que mora no Parque dos Maias, no Rubem Berta, no Morro Santana, na Lomba do
Pinheiro, na Restinga, em vários bairros de Porto Alegre que fiquem a 10
quilômetros do Centro. Isso vai facilitar e muito a vida dos trabalhadores, vai
facilitar e muito a vida das pessoas que hoje perdem se deslocando para o
trabalho mais de uma hora e meia, conforme a região, até duas horas, para vir
para o trabalho.
Então, o Ver. Paulinho Motorista, que, por muitas
décadas, cumpriu esse papel, muitas décadas da sua vida transportou os
trabalhadores de Porto Alegre, a população de Porto Alegre, sensibilizado,
apresentou este projeto nesta Casa, um projeto que eu acho que nós devemos
aprovar por unanimidade, um projeto que traz dignidade ao povo de Porto Alegre,
um projeto que implementa na cidade de Porto Alegre o trabalho decente. O nosso
Prefeito assinou com as centrais sindicais, com a OIT, que a cidade de Porto
Alegre busque a decência no trabalho, e, com certeza, os trabalhadores
rodoviários, os trabalhadores que usam o transporte coletivo em Porto Alegre,
terão, a partir de agora, com este seu projeto de lei, a decência de pegar um
ônibus no fim de linha e chegar ao outro fim de linha, direto, com apreço, com
rapidez, tendo dignidade no local de trabalho. Nós só precisamos ficar atentos
para que em breve não apareça aqui um projeto de lei aumentando as passagens em
função disso. Eu acho que isso não será necessário, já que o nosso transporte é
subsidiado, já que as pessoas que vão usar esse transporte direto vão pagar a
passagem, já que os ônibus vão economizar óleo diesel, vão economizar freio,
vão economizar pneu, vão economizar um monte de coisa porque não estão naquele
para e anda, para e anda. Os ônibus virão direto para o Centro de Porto Alegre,
trazendo dignidade. Parabéns, Ver. Paulinho Motorista, por este projeto que,
como o Delegado Cleiton disse, sentimo-nos honrados em votar nele, porque traz
dignidade ao povo de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sra. Presidente, eu quero subscrever todos os
pronunciamentos que já ocorreram a favor e mais outros tantos que ocorrerem, e
quero fazer um apelo geral para a Casa, no sentido de que a gente faça um
acórdão e vote logo esta matéria, que é desejo de todos nós aprová-la por
unanimidade.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está feito o registro.
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
discutir o PLL nº 062/13.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada,
Ver.ª Sofia. Eu acho que debater transporte é importante, é fundamental que a
gente ocupe este espaço, inclusive para refletir sobre a organização no sistema
municipal de transporte e o futuro do transporte em nossa Cidade.
O projeto do Vereador cria a figura do expresso, um
ônibus que é coletivo, não é seletivo. Essa é uma diferenciação importante que
justifica inclusive o nosso apoio à ideia de que haja os expressos coletivos, ou
seja, um transporte público em que, determinadas linhas, Centro-bairro, sejam
expressas, permitindo que a população, que o trabalhador, a trabalhadora,
cheguem mais cedo em sua casa.
Agradeço ao Ver. Paulinho Motorista que foi, de
largada, já falar sobre o projeto, como eu havia solicitado a ele, para que a
gente pudesse fazer este debate, porque hoje já existem alguns expressos em
Porto Alegre, e o das ilhas, por exemplo, tem um deles que é expresso, que é
Ilha-Centro, e pronto, não para em nenhuma outra parada, vem direto do bairro
de origem até o Centro. Pergunto se é necessária essa alteração dentro do
sistema municipal de transporte, para que possa haver mais linhas expressas em
outros bairros da Cidade?
Por outro lado, eu também acho que é importante
discutir a questão da quilometragem; o Vereador coloca 20 quilômetros. Vinte
quilômetros contemplaria são pouquíssimos bairros em Porto Alegre. O Rubem
Berta, por exemplo, tem grande concentração dos trabalhadores e fica a menos de
20 quilômetros da Região Central. Eu acho que vale a pena olhar as distâncias,
porque qualifica o projeto. Santa Rosa tem um problema grave de transporte, de
atraso de linhas. Ainda como, por exemplo, um bairro como a Restinga, que
também tem problemas graves de demora para o deslocamento, seja contemplado
pela ideia do expresso; tem o diretão. E se, com a criação da modalidade de um
expresso, mudaria essa questão do diretão. Acho que são temas importantes,
porque, na verdade, vocês conhecem a opinião do PSOL. Nós achamos que não só
falta controle ao Sistema Municipal de Transporte e ao transporte coletivo como
falta transparência, porque sequer licitação foi realizada ainda no Município
de Porto Alegre, apesar das promessas do Prefeito ao Tribunal de Contas do
Estado, no ano passado, dizendo que este ano abriria o processo licitatório.
Porto Alegre funciona sem licitação há 25 anos. E todo fevereiro, os
empresários, em conluio com a Prefeitura, aumentam a passagem com o Comtu, que
é uma vergonha esse Conselho Municipal de Transporte Urbano: a maior parte dele
vota com os interesses empresariais e não conforme o interesse da população. E
os aumentos são sancionados sem sequer discutir, sem sequer auditar essas
planilhas. O Tribunal de Contas teve de auditar, nós intervirmos e mais de dez
mil jovens irem às ruas para baixar as passagens. E nós sempre temos receio
dessas tentativas – e o Ver. Clàudio Janta falava aqui – de os empresários
sempre aumentarem as passagens e tentarem separar as modalidades. Vão dizer que
expresso é diferente! Então temos que ter claro qual é o conceito de expresso
dentro do Sistema Municipal de Transporte Urbano, e se é regido pelas mesmas
leis que regem mal o aumento da passagem em Porto Alegre, porque falta
fiscalização, falta o controle público sobre o privado. Aliás, ao contrário,
porque quem está para defender o interesse de todos, defende os interesses
privados no caso do transporte coletivo. É uma vergonha o atraso dos ônibus em
Porto Alegre. E nós sabemos que a EPTC tem a caneta para multar as empresas, e
não multa! As pessoas esperam 30 minutos nas filas dos ônibus! E a qualidade do
transporte só foi decaindo.
Então nós queremos discutir o Sistema Municipal de
Transporte. Nós temos projeto nesse sentido, o PSOL, e vocês sabem! Agora no
Orçamento nós vamos colocar de novo o passe livre – já colocamos. Existe o
projeto do bloco que cria a transparência no Sistema Municipal de Transporte
Urbano e que espera aparecer na CCJ para tramitar nesta Casa. Existem debates
sendo feito nos movimentos sociais estudantis em Porto Alegre que, inclusive,
gerou o estopim, Ver.ª Sofia, do que foram as jornadas de junho no Brasil,
porque nada seria igual aos dois milhões de pessoas que estiveram nas ruas do
nosso País, se não houvesse em Porto Alegre. Se não houvesse a primeira
mobilização em Porto Alegre, aliás, muitas mobilizações em Porto Alegre , que,
junto com a nossa ação jurídica e política do PSOL, minha e do Ver. Pedro Ruas,
reduziu a passagem e inspirou outros jovens de outras cidades a lutarem nas
ruas pelos seus direitos. Então, eu quero fazer essas perguntas ao Vereador.
Acho que este debate tem que ser permanente para que um dia a população tenha
um transporte público de qualidade, fiscalizado e que cumpra horários.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTE
(Sofia Cavedon): O Ver. Engº Comassetto me solicita que reunamos os
Líderes, porque nós temos um projeto que tem que ser votado hoje, que é uma
homenagem em função do Dia da Consciência Negra, que é amanhã. Acho que não tem
necessidade, podemos manter aqui firmemente o quórum.
Vou suspender por um minuto e chamo os Líderes para
combinarmos o andamento dos trabalhos em função das emendas.
(Suspendem-se os trabalhos às 18h13min.)
A
SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 18h18min): Estão
reabertos os trabalhos.
Apregoo
a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02, de autoria do Ver. Clàudio Janta, ao PLL nº
062/13.
Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Clàudio
Janta, solicitando dispensa do envio da Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 ao PLL
nº 062/13 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a Emenda nº 02 ao PLL nº 062/13.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADA.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio
Janta, a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 ao PLL nº 062/13. (Após a apuração
nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM e 10 votos NÃO.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Professor
Garcia, a Emenda nº 03 ao PLL nº 062/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 03 votos SIM e 15 NÃO.
Em votação o PLL nº 062/13. (Pausa.) Os senhores
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(O Ver. Waldir Canal reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. DELEGADO
CLEITON: Agora
nós temos a votação de um Requerimento que trata de uma Sessão Solene em
homenagem ao Terreiro de Umbanda da Mãe Maria de Oxum, da Vila Tronco, então eu
peço aos Vereadores que estão nos seus gabinetes que venham para o plenário
para votar, até pelo respeito a essa homenagem.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 176/13 – (Proc. nº 2793/13 – Ver.
Engº Comassetto) – requer a realização de Sessão Solene
no dia 19 de novembro, às 19h, em homenagem ao terreiro do Centro de Umbanda
Reino da Mãe Oxum e em comemoração do aniversário de 82 anos da Mãe Maria de
Oxum.
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): Em votação o Requerimento nº 176/13. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 108/13 – (Proc. nº 1778/13 – Mesa Diretora) – requer seja o período de Comunicações do dia 18 de novembro destinado a assinalar o transcurso dos 176 anos de criação da Brigada Militar do Rio Grande do Sul.
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): Em votação o Requerimento nº 108/13. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. JOÃO DERLY (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito a inversão da ordem da priorização de votação, para que
possamos, imediatamente, passar para a votação do Requerimento nº 188/13. Após,
retornaremos à ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): Em votação o
Requerimento do Ver. João Derly. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 188/13 – (Proc. nº 3085/13 – Ver. João Derly)
– requer Moção de Solidariedade com a
Sociedade de Ginástica Porto Alegre (SOGIPA), pelo incêndio ocorrido no dia
24/10/13.
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Em votação o Requerimento nº 188/13. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2335/13 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 025/13, de autoria da Mesa Diretora, que altera a ementa, o caput dos arts. 1º, 2º, 4º, 7º, 8º, 9º,
10, 15 e 17 e o § 1º do art. 4º, inclui incs. I, II e III e § 3º no art. 4º da
Resolução nº 1.559, de 22 de agosto de 2001, e alterações posteriores, e revoga
o art 2º da Resolução nº 2.293, de 23 de abril de 2013, alterando a denominação
Estágio Curricular para Estágio Extracurricular e dispondo sobre o número de
seus postos.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 21-10-13 por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Waldir Canal): Em discussão
o PR nº 025/13. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(A Ver.ª Sofia Cavedon reassume a presidência
dos trabalhos.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1934/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 066/11, de autoria do
Ver. Waldir Canal, que
declara de utilidade pública a União dos Militares Evangélicos do Rio Grande do
Sul – UMERGS.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Adeli Sell: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Valter Nagelstein: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Luciano Marcantônio: pela rejeição do
Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 18-03-13.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PLL nº 066/11. (Pausa.) Não há
quem queira discutir. Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Lourdes
Sprenger, o PLL nº 066/11. (Pausa.) (Após o fechamento
do painel eletrônico.) Dezesseis Vereadores presentes. Não há quórum.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 18h37min): Encerrada a Ordem do Dia.
O SR. AIRTO FERRONATO: Eu vou fazer um
protesto. Lamentavelmente fizemos um acordo de que não haveria votação nominal.
Quero cumprimentar àqueles que votaram, que permanecem aqui. Eu tenho grande
interesse no projeto dos estágios, que está há mais tempo do que os outros
projetos. Chega na hora de votar projetos importantes os nossos companheiros
saem do plenário. Eu tinha um compromisso de levar minha esposa ao médico, não
fui em homenagem aos meus companheiros e amigos Vereadores. Portanto, quero
dizer que estou saindo daqui entristecido, minha ilustre Presidente! Agradeço
sensibilizado por me permitir este desabafo. Um abraço a todos!
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Airto
Ferronato, dois esclarecimentos. O acordo que nós fizemos foi para garantir a
votação da homenagem relativa à Semana da Consciência Negra. Até ali os
Vereadores cumpriram, construíram, deram quórum. Nós, na sequência, votamos o
projeto dos estagiários. Já está votado, aprovamos há pouco, Ver. Airto
Ferronato. Então, V. Exa. está contemplado nessa preocupação. E também já
votamos Requerimentos. Agora é que caiu o quórum no projeto do Ver. Waldir
Canal, e retomaremos na próxima Sessão.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Até pela hora, e
porque começa hoje a Semana da Consciência Negra, e alguns Vereadores estão no
Plenário Ana Terra. E, inclusive, em respeito ao projeto do Ver. Waldir Canal,
seria preferível discutirmos esse projeto na segunda-feira com mais
profundidade. E a Ver.ª Fernanda levantou alguns temas aqui, dentre eles que,
declarado de utilidade pública, resulta isenção de pagamento de alguns
impostos. Então, até por respeito e importância, esse projeto deve ser debatido
na próxima segunda-feira.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Poderá ser debatido apenas no encaminhamento
porque já estamos em processo de votação. De todo modo, haverá a possibilidade
de intervenções dos nobres Vereadores.
Apregoo o Memorando
nº 049/13, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que solicita representar esta
Casa, na sede do Executivo Municipal de Encruzilhada do Sul, no dia 14 de
novembro, às 14h, em audiência com o Prefeito Municipal daquela cidade.
Cumprida a discussão
da Pauta no início da tarde, nós encerramos esta Sessão agradecendo a presença
de todos e de todas, agradecendo os funcionários e convocando todos para a
Sessão de amanhã, às 14h. Convidamos também para o início da Semana da
Consciência Negra, cumprimentando os nossos funcionários e funcionárias que se
dedicam a este tema na Câmara Municipal. Muito obrigada. Boa noite.
(Encerra-se a Sessão
às 18h40min.)
* * * * *